Motoristas estão preocupados com a possibilidade de novos aumentos dos preços dos combustíveis. Desde o início do ano, após consecutivos reajustes da Petrobras, a gasolina acumula alta de 34%, enquanto o valor do diesel teve aumento de 27%.
A estatal justifica os reajustes como uma maneira de corrigir o preço dos combustíveis no mercado internacional. Segundo especialistas no setor, seguindo essa lógica a defasagem de preço ainda não foi coberta, o que abre margem para novas elevações nas próximas semanas.
A reportagem do JM fez uma apuração nos postos de combustíveis de Pará de Minas, constatando uma variação de até R$ 0,26 entre eles. O menor preço encontrado da gasolina foi de R$ 5,28 o litro, enquanto o maior foi de R$ 5,54. Em alguns postos, o preço depende da forma de pagamento do consumidor. Se ele optar pelo pagamento a prazo, poderá pagar até R$ 0,20 mais caro.
Já com relação ao diesel, a variação é menor. O preço mínimo do diesel comum foi de R$ 4,31 o litro e o máximo foi de R$ 4,38. Quanto ao diesel S10, ele pode ser encontrado por R$ 4,31 ou por até R$ 4,43, também considerando nessa conta os valores a prazo e a vista.
Para os motoristas profissionais, ou seja, aqueles que trabalham com transporte, a situação é crítica. Segundo os taxistas Giovane Barbosa de Oliveira e João Batista, os custos elevaram bastante desde o início do ano, mas eles não conseguem repassar a alta ao consumidor.
Na outra ponta da corda estão os postos de combustíveis. No entanto, ao contrário do que muitos acham, eles também estão incomodados com a situação reconhecendo as dificuldades da maioria dos consumidores em conseguir arcar com os reajustes impostos pela Petrobras. Ricardo Praxedes, proprietário do Posto One Plus, conversou conosco e chamou atenção para o aumento do etanol, que está surfando na onda da gasolina e do diesel.
Um dos grandes vilões para os preços elevados dos combustíveis em Minas Gerais é o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), cuja alíquota sobre a gasolina é de 31%, do etanol de 16% e do diesel de 15%. Nesta semana, o governador de Minas, Romeu Zema, usou as redes sociais para manifestar sua contrariedade a qualquer proposta de aumento do ICMS no estado.
Paralela à posição de Zema, tramita no Congresso Nacional um projeto de Lei Complementar que visa estabelecer uma alíquota uniforme e específica do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS) para combustíveis e lubrificantes.
O projeto prevê duas possibilidades: a primeira, que o ICMS seja cobrado sobre o preço do combustível nas refinarias e não nas bombas. A segunda trata da tributação nos postos, porém, sobre um valor fixo em cada litro de combustível. Neste caso, as Assembleias Legislativas decidirão qual será a quantia.
Fotos: Amilton Maciel/Rádio Santa Cruz FM
