Depois de duas semanas em branco, a Câmara de Pará de Minas retoma hoje as reuniões com os vereadores. Por causa da Onda Roxa, que exige maior distanciamento social, a sessão será on-line e não terá a fase de oradores inscritos.
Entre os vários projetos que entrarão na pauta de discussões, destaque para a proposta de extinção da verba indenizatória. Esse é um dos assuntos que mais polêmica tem criado dentro e fora da Câmara.
A opinião pública defende maciçamente a aprovação do projeto e com base nas manifestações populares, boa parte dos vereadores tem manifestado apoio a ele. Diante desse cenário, são grandes as chances do texto ser aprovado.
A própria história da Câmara mostra que o uso da verba indenizatória diminuiu bastante nos últimos anos. Levantamento realizado pelo Observatório Social revela que nos dois primeiros meses de 2017, ou seja, na gestão passada, 14 dos 17 vereadores faziam uso do recurso. Em janeiro daquele ano, o gasto total chegou a mais de R$ 15 mil. Já em fevereiro, o valor aumentou para R$ 17 mil.
Mas os números de 2021 mostram uma queda expressiva, já que apenas 3 dos 17 vereadores continuaram usando a verba indenizatória no primeiro bimestre. Em janeiro, os gastos totais foram de R$ 1.787,07, enquanto em fevereiro chegaram a R$ 2.379,42. A diferença dos bimestres de 2017 e 2021 é de mais de R$ 28 mil.
Esses valores sinalizam o quanto o recurso está sendo deixado de lado pela maioria dos vereadores, o que pode mesmo resultar na extinção definitiva dele. A expectativa de votação do projeto nesta noite está gerando muitos comentários nas redes sociais e provocando manifestações até mesmo de quem não atua mais na política.
É o caso do ex-vereador Levi Solano Severino, que atuou na Câmara por quatro mandatos. Totalmente contrário ao benefício ele pede que os vereadores usem mais a tecnologia para evitar os gastos com deslocamentos.
A verba indenizatória, que já foi superior a R$2 mil mensais, caiu para R$1.041,00 mensais. Atualmente só fazem uso dela os vereadores Dilhermando Rodrigues, o Dilé, Marcílio Souza e Nilton Reis, o Niltinho do São Cristovão.
Foto: Arquivo Rádio Santa Cruz FM/Amilton Maciel
