Uma moradora de Pitangui, de 58 anos, atendida no Hospital Nossa Senhora da Conceição, em Pará de Minas, entrou para a história da ciência ao ser diagnosticada com neurite óptica isquêmica não arterítica possivelmente causada pela covid-19.
É o primeiro relatado no Brasil e ele já foi publicado na revista científica Brazilian Journal of Health Review, de relevância internacional. A associação da neurite óptica, que é um distúrbio oftalmológico, com o coronavírus foi estudada e relatada, através de um artigo, por um grupo de estudantes de medicina e médicos que atuam na região.
O Jornal da Manhã conversou com Bruno Matos e Larissa Morais, dois dos estudantes envolvidos no caso e que acompanharam a paciente durante os atendimentos no Hospital Nossa Senhora da Conceição. Eles são de Pará de Minas e fazem a graduação na Universidade de Itaúna.
A neurite que acometeu um dos olhos da paciente, foi provocada pela redução do fluxo sanguíneo para o nervo óptico, condição desencadeada pelo coronavírus, cujo efeito é a coagulação do sangue.
A descoberta começou quando a paciente foi encaminhada à unidade de saúde, no final de janeiro, pelo seu oftalmologista. Após ter sido infectada pelo vírus, ela percebeu que a visão estava embaçada. Bruno e Larissa deram mais detalhes.
O grupo comunicou à paciente sobre a grande possibilidade de associação da patologia com a covid-19 e ela ficou muito assustada. Mas, felizmente, a pitanguiense passa bem e está se recuperando, segundo informou Larissa.
Além de Bruno e Larissa, participaram dos estudos os universitários Gabriel e Gustavo Ramos de Abreu e Henrique Guimarães Vasconcelos. Os médicos envolvidos foram Marcelo Saldanha Nunes, Welton Cardoso dos Santos, Silvana Froes Zenóbio e Bernardo Keuffer Mendonça.
E agora, atualizando o boletim do coronavírus em Pará de Minas, de acordo com o levantamento da Secretaria Municipal de Saúde: nas últimas 24 horas foram confirmados mais 14 diagnósticos positivos.
Cem pessoas estão recebendo acompanhamento domiciliar, vinte e duas continuam hospitalizadas. Mais quatro óbitos foram confirmados, sendo que as vítimas tinham 65, 70, 82 e 85 anos. Outros dois óbitos estão sendo investigados.
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