A mineradora Vale ainda não comunicou oficialmente à Prefeitura de Pará de Minas a data de entrega da adutora do Rio Pará, que está em fase final de construção. O prazo inicial era 10 de julho, mas a empresa não conseguiu concluir totalmente o projeto.
Especulou-se que a adutora poderia ser entregue nesta sexta-feira, mas não houve confirmação. Por cada dia de atraso a Vale receberá multa de R$100 mil, valor definido no Termo de Ajustamento de Conduta assinado junto ao Ministério Público de Pará de Minas.
Caso a entrega ocorresse hoje, por exemplo, a empresa teria que pagar ao município cerca de dois milhões e cem mil reais. Mas existe a possibilidade desse valor ou de outro maior ser revertido em obras.
A informação é do promotor Delano Azevedo, que acompanha o processo desde o início:
A adutora que liga o reservatório da empresa Águas de Pará de Minas ao Rio Pará, em substituição ao Rio Paraopeba que foi contaminado pela Vale, será responsável pela captação de mais de um milhão de litros por hora. Ela tem 47 km de extensão e é formada por mais de sete mil tubos de 6 a 12 metros de comprimento.
Segundo a Vale, a obra custará perto de R$135 milhões. A adutora será totalmente automatizada. Mas este não é o único compromisso da mineradora com Pará de Minas. Como a perda ambiental foi grande, afetando centenas de propriedades rurais às margens do Paraopeba, ela tem outros compromissos com o município.
Acontece que essa fase do processo foi incorporada pela força-tarefa que centralizou as ações em Belo Horizonte. Doutor Delano traz mais informações:Os investimentos que a mineradora Vale vem fazendo em Minas Gerais desde janeiro de 2019, quando ocorreu o rompimento da barragem de rejeitos em Brumadinho, estão longe de apagar da memória dos mineiros as grandes perdas humanas e ambientais. Mas a empresa assegura que está tomando todas as providências no sentido de minimizar os prejuízos.
Foto Ilustrativa: Vale/Divulgação
