O café da manhã nunca ficou tão comprometido como agora. É que o pão francês, ou pãozinho de sal como é mais conhecido, continua sendo impactado diretamente pelo valor do trigo, que é a principal matéria-prima para fabricação do produto. Como o trigo é cotado em dólar e a moeda norte-americana está bastante valorizada frente ao real, a conta da padaria não para de subir. Tem outro fator que está contribuindo para isso – o aumento da conta de luz.
O Jornal da Manhã conversou com vários consumidores a respeito e todos confirmaram que reduziram a compra de pães no dia a dia. Quem tinha o costume de ir à padaria cinco ou seis vezes por semana, cortou pela metade. Em muitas casas, a ida às padarias diminuiu para uma única vez na semana. Nos outros dias as opções são caseiras, com a produção de pães artesanais e principalmente bolos.
Desperdício também nem pensar: a sobra de pão vai direto para a torradeira ou para a frigideira no fogão. Os consumidores se mostram revoltados com a situação, mas isentam as padarias da responsabilidade. A frustração das pessoas é não conseguir comprar um produto tão básico na alimentação. Antes, o pãozinho de sal custava em torno de R$0,10 e hoje está perto de R$1,00. No caso das famílias com mais crianças em casa é ainda pior, porque uma sacola de pães costuma durar só um café.
E por causa de todos esses problemas que no Brasil caiu em mais de 40% o consumo do pão francês e do pão de forma. A situação vai melhorar? Por enquanto não, já que a inflação segue em alta e a saca de trigo acompanha o ritmo do dólar. Até uma mudança de realidade, o jeito mesmo é botar a criatividade em cena, em substituição ao pãozinho. É uma pena que isso esteja acontecendo, porque estamos falando de um alimento que deveria estar na mesa de todo brasileiro. De repente, virou artigo de luxo.
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