A falta de mão de obra interessada e qualificada para atuar nas atividades rurais se tornou um grande desafio para o agronegócio. Mesmo sendo o setor econômico mais forte de Pará de Minas, ele tem sofrido com o desequilíbrio entre a oferta de vagas e a procura de trabalhadores.
A avaliação é de Vicente Geraldo Rabelo Moreira, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Pará de Minas. Ele revelou que o campo tem ofertado vagas nos mais diversos setores, com salários consideravelmente bons, cujos valores ultrapassam a média salarial do brasileiro que, em 2021, foi de R$ 1.921,00
Para Vicente Moreira, alguns fatores explicam o desinteresse pelo trabalho rural, como o desenvolvimento das empresas na área urbana, o estímulo ao empreendedorismo e as novas formas de trabalho proporcionadas pela tecnologia.
Outro obstáculo citado pelo sindicalista é a oferta de auxílios por parte do governo, mesmo que eles sejam oferecidos para ajudar os desempregados.
E as dificuldades do agronegócio local não se restringem à falta de mão de obra. Vicente atua no setor de agricultura, com a produção de goiabas, e também tem enfrentado os custos elevados de produção. Ele teme um 2023 sombrio para o setor.
Uma das esperanças de Vicente Moreira e outros empresários ligados ao agronegócio é o projeto de Lei aprovado no Senado, limitando em 17% a cobrança de ICMS sobre os bens considerados essenciais, como combustíveis, telecomunicações e energia.
Se a proposta se tornar lei, empresários acreditam que ela pode trazer efeitos positivos em caso de redução efetiva no preço do diesel, refletindo no frete dos caminhões que transportam grande parte dos produtos do agro. Essa redução também diminuiria outros custos de produção agrícola, com menor consumo em tratores, máquinas e equipamentos que utilizam este combustível.
Foto: Amilton Maciel/Rádio Santa Cruz FM
