A Quarta-Feira de Cinzas é o momento que marca o início do período da Quaresma para os católicos. Com o coronavírus, o tempo de recolhimento e oração passa por algumas alterações. Entre elas, o rito da imposição das cinzas na cabeça dos presentes. Tanto o padre, quanto os ministros deverão permanecer em silêncio e com a máscara de proteção, assim como todos os fiéis.
Nesse período, a Igreja Católica lembra a trajetória de paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo, durante o qual os fiéis são convidados a uma vivência de oração e penitência, em preparação para a Festa da Páscoa. Outro marco dessa Quarta-Feira de Cinzas é a abertura da Campanha da Fraternidade, que será ecumênica em todo o Brasil e terá como tema:
“Fraternidade e Diálogo: compromisso de amor”. Já o lema será: “Cristo é a nossa paz: do que era dividido, fez uma unidade”. A presidência da CNBB divulgou nota esclarecendo pontos referentes à campanha, que provocou a ira de conservadores brasileiros ao fazer defesa explícita e inédita da população LGBT.
O texto-base deste ano, cujo tema reforça a importância do diálogo frente à polarização, ainda ressalta que mulheres, especialmente as negras e as indígenas, são as maiores vítimas do "sistema de violência" no Brasil, e enaltece a importância das políticas de defesa dos direitos humanos. O mais polêmico parágrafo, no entanto, é o que afirma que "outro grupo social que sofre as consequências da política estruturada e da criação de inimigos é a população LGBTQI+".
Mas a abordagem de temas espinhosos já não é mais novidade na campanha da fraternidade que já tratou de temas polêmicos como os encarcerados, a discriminação racial, o tráfico humano e o desemprego. A partir do século 21, a cada cinco anos ela é realizada de forma ecumênica, ou seja, a escolha do assunto não recai somente sobre um colegiado da CNBB, mas sim aos membros do Conselho Nacional das Igrejas Cristãos do Brasil (Conic) – também integrado pelos católicos.
Hoje à tarde o bispo da Diocese de Divinópolis, Dom José Carlos de Souza Campos, vai se reunir com a imprensa do Centro-Oeste mineiro para falar do assunto. A coletiva está marcada para as 13 horas.
Foto Ilustrativa: Reprodução CNBB