Quando chega dezembro tudo fica diferente, os dias parecem mais brilhantes e até a natureza se cobre de flores, banhadas pelas chuvas, de final do ano. Um arco íris brilhante teima em colorir cada horizonte diante de nossos olhos. É como se o mundo fosse, novamente, recriado após cada pequeno dilúvio.
Com seu formato de aliança ele nos lembra da maior de todas as alianças celebradas entre Deus e a humanidade, ou seja, o nascimento de Jesus. Em dezembro a terra se enfeita de luzes numa vã tentativa de imitar o céu estrelado durante as noites sem chuvas. Em compasso de espera a natureza toda parece ansiosa para a chegada do dia 25, quando se celebra o natal.
Em cada lar cristão são montados pequenos presépios para recordar o nascimento de Jesus entre nós, e assim, cada um vai dando asas à própria criatividade. Já vi presépios de todos os tipos e tamanhos! Alguns são montados dentro de cabaças, taças e cascas de cocos... Mas, em todos eles, alguns elementos são comuns, como por exemplo, a simplicidade e o clima de família que reproduzem.
Há outro ponto comum sobre o qual eu gostaria de chamar a sua atenção: Os presépios não tem portas! Como a lógica de Deus é diferente da nossa! Os poderosos desse mundo são inacessíveis às pessoas comuns. Eles se trancam em sete portas e ninguém consegue falar com eles, sem senhas, dribles aos seguranças ou agendamentos prévios. Mas, a “casa” onde Jesus escolheu para nascer não tinha portas!
Ela está sempre aberta, assim como os seus braços estão abertos, e o seu coração também. Para se ter acesso à sua presença ninguém precisa “plantar bananeiras” nem aprender formulas secretas e herméticas. Ele está deitado bem ali, ao lado do boi e do jumento com as portas abertas sem medo algum de ladrões. Aliás, foi um ladrão, que mais tarde, ao seu lado, foi o primeiro a ser salvo!
Grandes lições podemos aprender no presépio e, talvez, a maior delas seja a necessidade de abrir o próprio coração. Quem abre o coração abre também os braços e os bolsos a quem precisa. Em Belém, naquele tempo, havia muitas casas mas, nenhuma delas, foi aberta para acolher o salvador. A Sagrada Família, sem opção, teve que procurar, junto aos animais, um abrigo onde pudesse passar a noite.
E foi assim, numa grutinha sem portas, que nasceu aquele que é maior do que o mundo inteiro! Qual lírio entre as pedras aquela criancinha iluminou a noite do mundo com sua luz. No céu formou-se um coro de anjos acordando as estrelas que brilharam mais ainda. Os pastores de Belém foram as primeiras visitas que compareceram diante daquele que seria o pastor e guia do seu povo.
Guiados pelas estrela os magos vieram de longe e se curvaram diante do menino. O novo rei e pastor recebeu os presentes que foram entregues à sua mãe: Ouro, incenso e mirra. Uma visita bem feita ao presépio pode mudar nossas vidas. Quantas maravilhas podemos meditar diante dele! Essa casa sem portas pode abrir os nossos corações por mais impenetráveis que eles sejam.
O sorriso inocente no rosto de uma criança é a melhor arma para amolecer o coração da gente. Quem sabe não esteja na hora de você também seguir o caminho indicado pela estrela?