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Gosto não se discute. Mas, não é sobre gosto que falarei nesse texto. Existe uma música atual fazendo sucesso que diz: “O que é que eu sou sem Jesus?” Depois da pergunta vem a resposta insistente: “Nada, nada, nada!” E aí a música continua. Partindo da interrogação seguida de resposta, podemos questionar nossa prática de fé. Com muita facilidade dizemos: Nada, nada e nada! Respondendo pelo avesso poderíamos então, afirmar que Jesus é o nosso tudo.
Será mesmo? Vamos devagar com o andor! O que fazemos ou deixamos de fazer por causa dele? Qual peso Ele tem em minhas decisões? Quanto tempo dedico a Ele por dia? Se você dedica mais tempo ao celular do que a Jesus, então, Ele não tem esse peso todo em sua vida! Se você não muda nada em sua vida por causa dele, então, ele não significa muito não! É bom analisar com calma para não ficar jogando conversa fora por aí.
Você até pode dizer que “sem Jesus você não é nada”. Mas, você tem mesmo uma convivência diária com Ele? Falar é fácil mas, a gente mostra que ama são com atitudes. Suas atitudes mostram que você é cristão? Palavras, o vento leva e o mundo já está cheio de conversas para boi dormir. Aliás, nem os bois dormem mais, com tantas lorotas que andam ouvindo.
De uma coisa não podemos duvidar: Nascendo, entre nós, como criança, Deus quis antes ser amado a ser temido. Após ter pecado Adão, por medo, se escondeu ao ouvir a voz de Deus. Isso não evitou que ele fosse castigado. Mas, Jesus veio ao nosso encontro não para nos castigar e sim para nos salvar. Seria justo que pagássemos por todos os nossos pecados.
Mas, Jesus os assumiu em nosso lugar e, morrendo na cruz, saldou a nossa dívida. Com sede do nosso amor Deus não veio até nós com nenhum rompante ou demonstração de força. Assumiu um corpo como o nosso e, nascendo humano assumiu a nossa humanidade. Em Nazaré varreu a casa, limpou a carpintaria, brincou e rezou como qualquer criança do seu tempo...
Como explicar um mistério de amor tão grande? Foi por amor que Deus esvaziou-se de si mesmo quando veio ao nosso encontro. Foi por amor que Ele se fez pequeno, se fez criança, e ninguém tem medo de uma criancinha indefesa! Eu já lhe disse que o amor é demonstrado com atitudes. Então, vou narrar uma, das tantas histórias que falam sobre o tema. Mas, essa é uma história verdadeira. Trata-se de um fato da vida de São Paulino de Nola, um santo que viveu na região da atual França e morreu em 431.
Ele era de família muito rica e tinha grandes propriedades. Mas, resolveu entrar para a vida religiosa e, por causa disso, abriu mão de toda sua fortuna. Numa época de invasão dos “bárbaros” chegou a perder até a casa onde morava, de tal maneira que só lhe restou a roupa do corpo. Na ocasião em que já era bispo da Igreja, foi procurado por uma viúva desesperada.
Seu único filho tinha sido levado como escravo pelos bárbaros e ela não tinha como pagar-lhes o resgate. O santo bispo coçou a cabeça e pensou: Meu Deus! Eu nada tenho que possa ajudá-la... Foi então, que tomou uma decisão inédita: Vendeu a si próprio como escravo e com o dinheiro resgatou o filho daquela pobre viúva!
O que Jesus fez ao se encarnar em nosso meio foi algo semelhante. Ele entregou a si mesmo como vítima expiatória pelos nossos pecados! Pagou com o próprio sangue pela nossa salvação. Você já pensou nisso! Que nome daríamos a esse tipo de atitude? Amor! E aí repito a pergunta: O que Jesus significa em sua vida? O que você é sem Jesus?
Não responda rápido. Pense primeiro! Não basta dizer “nada, nada” da boca para fora. Você seria capaz de gestos tão grandiosos como o de São Paulino de Nola, de São Maximiliano Kolbe, e tantos outros? Se você não muda nada em sua vida por causa de Cristo, então, lamento dizer, mas Ele não significa nada para você. Cantar a tal música nesse caso, não passa de conversa pra boi dormir...
Texto: Pe. Gabriel
Foto Ilustrativa: pixabay.com
