Os 292 bispos católicos do Brasil, reunidos na Assembleia Geral da CNBB, divulgaram na manhã de ontem uma mensagem ao povo brasileiro sobre o momento atual.
O texto afirma que é preciso ter compromisso com a promoção, o cuidado e a defesa da vida, desde a concepção até o seu término natural, bem como, da família, da ecologia integral e do estado democrático de direito.
A nota também mostrou a preocupação dos bispos com o tempo difícil que o povo brasileiro está passando, numa crise que escancara a desigualdade estrutural, historicamente enraizada na sociedade brasileira.
Segundo a visão da CNBB, os alarmantes descuidos com o planeta e a violência latente, explícita e crescente, potencializada pela flexibilização da posse e do porte de armas, ameaçam a sociedade. Entre outros aspectos destes tempos estão o desemprego e a falta de acesso à educação de qualidade para todos.
Além destes problemas, no documento os bispos fazem uma contundente defesa da democracia brasileira: “Como se não bastassem todos os desafios estruturais e conjunturais a serem enfrentados, urge reafirmar o óbvio: nossa jovem democracia precisa ser protegida, por meio de amplo pacto nacional”.
“Isso não significa somente um respeito formal de regras, mas é o fruto da convicta aceitação dos valores que inspiram os procedimentos democráticos”.
Os bispos reforçaram ainda a preocupação com a manipulação religiosa e a disseminação de fake News que têm o poder de desestruturar a harmonia entre pessoas, povos e culturas, colocando em risco a democracia.
Segundo eles, “a manipulação religiosa, protagonizada por políticos e religiosos, desvirtua os valores do Evangelho e tira o foco dos reais problemas que necessitam ser debatidos e enfrentados em nosso Brasil. É fundamental um compromisso autêntico com o Evangelho e com a verdade”.
O documento afirma que as tentativas de ruptura da ordem institucional, veladas ou explícitas, buscam colocar em xeque a lisura desse processo, bem como, a conquista irrevogável do voto.
Na mensagem, os bispos conclamam, mais uma vez, toda a sociedade brasileira a participar ativa e pacificamente das eleições, escolhendo candidatos que representem projetos comprometidos com o bem comum, a justiça social, a defesa integral da vida, da família e da casa comum.
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