O governador Romeu Zema ainda não oficializou a decisão sobre a emenda aprovada pela Assembleia Legislativa, que estende o reajuste salarial para 70% do funcionalismo público mineiro.
O texto foi acrescentado ao projeto original do Governo de Minas, que previa apenas a recomposição dos servidores ativos e inativos da área da segurança, em 41,7%, escalonado até 2022.
No entanto, durante a tramitação, os deputados incorporaram as emendas estendendo o reajuste para outras categorias, caso da educação, agricultura, meio ambiente e desenvolvimento sustentável, além de obras e cultura.
Caso o governador sancione o texto sem vetos, o impacto aos cofres públicos será de R$ 20 bilhões para os próximos três anos. Em nota divulgada, o Governo de Minas disse que irá avaliar as proposições levando em consideração a situação financeira do Estado e a constitucionalidade delas.
A maioria dos parlamentares acredita que Romeu Zema deverá optar pelo veto. Um deles é o deputado Inácio Franco, ao reconhecer que o governo estadual não tem condições de honrar o compromisso:
O deputado Inácio Franco, que em outras ocasiões elogiou o governador Romeu Zema, demonstrando confiança nele para a recuperação financeira do Estado, disse que ficou surpreso com o índice de reajuste proposto para os servidores da segurança, ainda mais nesse momento vivido por Minas Gerais.
Ao final da entrevista ao JM, o parlamentar comentou a possibilidade do governador ter uma alternativa para quitação dos salários, mas a Assembleia desconhece:
Se por um lado os servidores aguardam ansiosos a definição do assunto, por outro a indústria teme uma possível sansão do governador Romeu Zema. Ontem a Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg) divulgou um comunicado demonstrando preocupação com o reajuste. O receio da entidade é sobre o impacto nas contas públicas.
Ainda na nota, a Fiemg diz que o Estado falhou ao ceder à pressão dos funcionários da segurança e enviar à Assembleia uma proposta de aumento salarial que deflagrou no processo de ampliação do reajuste para todas as categorias. Ao mesmo tempo em que pleiteia o reajuste salarial para os servidores da segurança pública, o Governo de Minas elabora um projeto de reforma previdenciária do funcionalismo público estadual.
Em entrevista divulgada aqui no JM, Zema chegou a dizer que o Estado precisa organizar as contas, justificando que “as despesas sobem de elevador, enquanto as receitas sobem de escada”.
Foto: Amilton Maciel/Rádio Santa Cruz FM
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