A taxa zero para importação do arroz em países fora do Mercosul, medida tomada pelo governo brasileiro para tentar baixar o preço do produto no mercado interno, deverá facilitar a negociação com os Estados Unidos e a Tailândia.
Muitos beneficiadores do produto têm aproveitado a medida governamental para agendar suas compras. Mas como já era esperado, ainda não foi possível perceber a redução dos preços nas gôndolas dos supermercados.
A situação frustrou os consumidores mas a explicação é que a isenção tributária, por si só, não é capaz de reduzir os preços em curto prazo.
Foi uma iniciativa importante, mas que depende de outros fatores. O Jornal da Manhã conversou com o empresário Daniel Peixoto, da rede Panelão Supermercados: provocar a redução dos preços, pelo menos não em curto prazo.
Segundo Daniel, será preciso esperar um pouco mais até que todos os países afetados pela pandemia consigam se ajustar à nova realidade de mercado que vêm se estruturando ao redor do mundo. Como a pandemia não acabou é preciso ter cautela e avaliar como cada mercado vai responder às medidas tomadas pelos governos. Por causa disso, ainda é cedo para dizer quando os preços vão cair e se realmente vão cair.
Enquanto isso o jeito é se adaptar. Daniel tem percebido mudanças no comportamento dos consumidores. Com os preços ainda muito altos, tem muita gente optando pelas marcas mais populares. Mas o que não muda mesmo é a vontade de manter o arroz no cardápio. Segundo levantamento feito pela rede Panelão, o número de paraminenses que substituiu o arroz por outro carboidrato, principalmente o macarrão, é muito pequeno.
E nessa expectativa de queda nos preços, quem continua sofrendo mais são as famílias de baixa renda. O aumento recente dos alimentos tem corroído os ganhos dos mais pobres. Segundo estudos, nos últimos 12 meses a inflação dos segmentos de renda mais baixa subiu 3,2%. Essa taxa é duas vezes maior que a inflação das famílias de maior poder aquisitivo.
Foto: Arquivo/Rádio Santa Cruz FM
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