Se existe um grupo que viveu e ainda vive de forma intensa a experiência do isolamento social neste período de pandemia da Covid-19, este deve ser o da população carcerária.
Desde o início das medidas de isolamento social que o Governo de Minas suspendeu todas as visitas aos detentos e até mesmo o acesso aos serviços sociais e religiosos oferecidos pelas igrejas.
A justificativa é valida, já que a entrada de uma única pessoa contaminada pelo coronavirus no ambiente prisional seria capaz de disseminar a doença de forma descontrolada dentro dos pavilhões.
Daí a necessidade de medidas rigorosas, na tentativa de evitar que isso aconteça. Mas os meses foram passando e a solidão do cárcere acabou pesando para muito dos que estão cumprindo suas penas.
Foi aí que a Pastoral Carcerária da Forania Nossa Senhora da Piedade criou um serviço à distância para atender as principais demandas dos detentos. De acordo com o coordenador da pastoral, Heleno Gomes de Oliveira, a saída foi adaptar o atendimento espiritual para a modalidade de correspondência:
Segundo Heleno, são muito fortes as histórias de solidão e saudade relatadas pelos detentos nas cartas enviadas à pastoral. Elas apontam, sobretudo, para a urgência do contato humano mais próximo, especialmente com relação às famílias.
Além da Pastoral Carcerária da Forania Nossa Senhora da Piedade, com seus 17 membros e o auxílio dos padres, as igrejas evangélicas também foram impedidas de prestar o serviço social e religioso na penitenciária, e aguardam a criação de um protocolo de segurança para que possam voltar a atuar de forma presencial no ambiente prisional.
Foto: Amilton Maciel/Rádio Santa Cruz FM
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