Aguardando o início das obras que serão custeadas pela mineradora Vale, como parte do acordo firmado com o Ministério Público de Pará de Minas, a comunidade de Meireles voltou a manifestar insatisfação diante dos vários prejuízos sofridos. No distrito foram montados os canteiros de obras durante a construção da adutora do Rio Pará que substituiu o Sistema Paraopeba, que foi totalmente poluído pelo rompimento de uma barragem de rejeitos de Brumadinho.
Durante quase um ano a comunidade enfrentou diversos problemas e o inconformismo dos moradores se deu pelo desrespeito da mineradora e suas terceirizadas, entre elas a Bueno Engenharia. Na nova carta aberta, a população do distrito lamenta que os inúmeros prejuízos causados também não tenham sido levados em consideração no Termo de Compensação firmado entre a Prefeitura de Pará de Minas com a Vale.
As famílias se sentem desrespeitadas, ainda mais por terem ficado na linha de frente durante tanto tempo, mesmo sem receber água da nova adutora, uma vez que a comunidade é abastecida pelo poço artesiano local. O empresário Rodrigo Campos, que tem uma propriedade rural na localidade, descreve a realidade como das mais lamentáveis porque a vida pacata foi transformada em canteiro de obras e com ele vieram vários prejuízos.
Campos lamenta principalmente o jogo de empurra e o desrespeito aos moradores. E ele dá notoriedade ao fato na esperança de não ver situações semelhantes em outras comunidades:
Pelo acordo firmado entre a Prefeitura de Pará de Minas e a Vale, o distrito não vai levar nada. Meireles somente será contemplada com 10% do acordo de R$10 milhões entre a mineradora e o Ministério Público. O dinheiro será utilizado nas reformas da Escola Marechal Deodoro, do posto de saúde e da praça pública, além da construção de um velório e de uma estrutura para implantação da feira de produtos artesanais.
Fotos: Arquivo/Rádio Santa Cruz FM e Prefeitura de Pará de Minas
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