O produtor de leite em Minas Gerais voltou a ter dificuldades para fechar as contas. O movimento desproporcional no balanço financeiro está tirando o sono de muitos pecuaristas.
Dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA) mostram que o preço médio do litro do leite no país teve queda de quase 11%, desde o início do ano, enquanto os custos de produção subiram em torno de 7%.
O litro do leite pago ao produtor em Minas Gerais está na média de R$ 2,00, mas esse valor varia de acordo com a região, tamanho da produção e qualidade do alimento. Ainda assim, a categoria considera o preço inferior ao que deveria ser e continua reivindicando uma política de valorização do homem do campo.
O assunto é uma preocupação estadual e está sendo acompanhado de perto pela Fecoagro Leite Minas, federação que possui mais de 30 cooperativas parceiras e atua para fortalecer o produtor rural.
Nidelson Teixeira Falcão, representante da entidade, esteve em Pará de Minas e conversou com o Jornal da Manhã. Ele lamentou a disparada dos preços dos insumos e destacou o quanto o cenário é desafiador e prejudicial para o pecuarista mineiro.
Outro empecilho para os produtores rurais é a importação do leite de países da América do Sul, especialmente da Argentina. A vinda do produto estrangeiro aliado ao enfraquecimento do poder de compra do consumidor, em virtude da pandemia de covid-19, ajudaram a pressionar para baixo a margem de lucro do homem do campo.
Além de suspender a importação do leite, outra solução apontada para valorizar o trabalho do produtor de leite é aumentar a quantidade de recursos disponibilizados no Plano Safra.
A próxima edição do programa federal está sendo estudada e especialistas acreditam que a situação do leite possa entrar na pauta do orçamento da União. O momento é tão crítico em algumas regiões do país que há relatos de produtores que estão vendendo as matrizes para frigoríficos, para conseguir pagar as contas do mês.
Foto: Amilton Maciel/Rádio Santa Cruz FM
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