Essencial e, ao mesmo tempo, vilão. Assim pode ser classificada a situação do milho no agronegócio nacional.
Base da alimentação de aves e suínos, o grão tem representado uma grande dor de cabeça para os produtores rurais. O preço da saca disparou, atingindo números assustadores, dificultando o desenvolvimento da cadeia de alimentos.
De acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a cotação do milho acumula aumento de quase 35% neste ano. A situação fica ainda pior se comparada com os últimos 12 meses, quando a elevação passa de 102% e essa alta é quase 12 vezes maior que a inflação geral, que foi de 8%.
A escalada de preços fora dos patamares da normalidade gera impactos diretos na avicultura e suinocultura, dois segmentos de grande relevância no agronegócio de Pará de Minas.
O cenário incomoda até quem produz e vende o insumo, caso de José dos Santos Duarte, produtor de milho da Fazenda Central, em São José da Varginha. Ele não sabe como os avicultores e suinocultores, principalmente os de pequeno porte, estão conseguindo se manter.
José Duarte cita alguns fatores que estão encarecendo o milho em nível nacional, afirmando que a região de Pará de Minas tem potencial para produzir em maior quantidade.
A seca mencionada por José Duarte em outros países, como os Estados Unidos por exemplo, também chegou a muitas regiões produtoras do Brasil. Em Minas Gerais, o Triângulo Mineiro sente esse efeito climático de perto.
Considerada uma das principais áreas de produção de milho no Estado, o município de Uberaba registrou 60% de perda na lavoura do milho safrinha, devido à falta de chuvas nos últimos meses.
A situação chegou a tal ponto que o Conselho Gestor de Previsão de Safra da cidade enviou um documento à Prefeitura pedindo a declaração de situação de emergência para cultivar o grão no município.
Foto Ilustrativa: carolalve/pixabay.com e Amilton Maciel/Rádio Santa Cruz FMHá 0 comentários. Comente essa notícia.