A falta de consenso pode transformar os contratos de locação de imóveis residenciais e comerciais em verdadeira dor de cabeça para locatários e locadores. O motivo é o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), indicador padrão para a correção dos alugueis no país.
Nos últimos 12 meses, esse índice sofreu alta de mais de 30% e acabou frustrando muitas negociações de renovação de contrato. Para se ter ideia do que isso representa numa parcela, sobretudo para famílias de baixa renda, um aluguel residencial de R$ 650,00 passaria para cerca de R$ 850,00 considerando o IGP-M.
Em todo o Brasil, há relatos de famílias e até empresários que tiveram de mudar de endereço, mesmo já adaptados ao imóvel alugado, por não conseguir arcar com o reajuste e porque o locador não quis abrir mão do índice geral de preços.
As negociações, muitas vezes, recaem sobre as imobiliárias, que tentam mediar um acordo entre as partes a fim de não prejudicar ninguém. Segundo o corretor de imóveis Iran Campolina Leitão é praticamente impossível algum inquilino aceitar o reajuste pelo IGP-M, principalmente pelos reflexos causados pela pandemia.
Com muitos anos de experiência na área, Iran Campolina orienta locadores e locatários a adotarem o bom senso nas negociações. E pelo que tem acompanhado, os paraminenses estão se saindo bem nesse quesito.
A explicação para a disparada do IGP-M nos últimos 12 meses é que se trata de um índice muito sensível à variação do dólar. O cálculo é feito pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e leva em conta os preços das commodities, assim como dos materiais da construção civil e outros produtos de exportação. Esses insumos sofreram um aumento expressivo desde o início da pandemia, com a maior demanda da China.
O assunto tem gerado tanta insatisfação em nível nacional que há um projeto de Lei tramitando na Câmara dos Deputados que estabelece o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador da inflação oficial, como padrão para a correção dos alugueis. Esse medidor, inclusive, tem sido a referência para a negociação dos contratos, já que, nos últimos 12 meses, ele acumula alta de 8%.
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