As pessoas mais jovens talvez nem saibam qual a função de um engraxate, já que há algum tempo esta atividade vem desaparecendo do mercado.
Com o avanço das tecnologias aplicadas aos calçados, que são produzidos com diversos materiais além do couro, a necessidade de se passar graxa ou polir um sapato ficou no passado.
Ainda assim a profissão persiste, para atender à pequena parcela da população que ainda mantém o hábito de deixar os sapatos sempre brilhando.
Em Pará de Minas os engraxates costumavam atender os clientes na Praça Torquato de Almeida e no Terminal Rodoviário, onde colocavam suas cadeiras especiais ou seus caixotes adaptados.
Hoje, apenas um profissional tem ponto fixo na cidade para atender a clientela. É Carlos Selma, de 72 anos. Ele está na atividade há 18 anos, sendo que 13 deles desempenhando a profissão no camelódromo de Pará de Minas, onde mantém um box.
O JM conversou com ele sobre as mudanças impostas pelo mercado calçadista. Segundo Carlos, além da redução no volume de serviço, hoje grande parte dos clientes prefere mesmo é deixar o sapato em seu box para ser engraxado fora do pé.
Carlos sabe que a profissão deve desaparecer do mercado, mas não está preocupado. Ele se mostra muito feliz em desempenhar o ofício que vem garantindo sua sobrevivência há tantos anos, e tem orgulho do que faz.
Um dos fatores apontados pelo engraxate para justificar o desaparecimento da maioria dos concorrentes em Pará de Minas, além da redução do número de calçados de couro, é a falta de persistência dos profissionais da área, que preferem buscar seu sustento em outras atividades. Na cidade, o serviço de engraxate é praticado a preços que variam entre R$8 e R$30, dependendo do tamanho do calçado, modelo e detalhes.
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