Apesar das expectativas criadas, principalmente em virtude da Copa do Mundo, o varejo de móveis e eletrodomésticos deve registrar retração em 2022.
Os resultados finais do segmento serão divulgados no início do próximo mês pelo IBGE, através da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC). Contudo, o levantamento contabilizado até novembro mostrou uma queda nas vendas de 7,5% no ano.
Apesar desses números, outubro e novembro foram meses de recuperação, com crescimento de 2,5% e 2,2%, e o resultado, segundo especialistas, está atrelado à Copa do Mundo, que impulsionou as vendas, e também a Black Friday.
Como dezembro é um mês marcado por boas vendas, devido ao Natal, a previsão é que ele também tenha sido positivo, mas não a ponto de reverter o acumulado do ano.
Já para 2023, as projeções ainda são tímidas diante do quadro de incertezas das empresas quanto ao comportamento do consumidor. Com a previsão de juros ainda elevados, as pessoas tendem a ser mais cautelosas nos investimentos.
Roberto Márcio Baeta, gerente da Casa Camargos em Pará de Minas, diz que esse cenário já é uma realidade entre a população, provocada, principalmente, pela mudança de governo.
Ele acredita que, a partir de fevereiro, será possível ter uma dimensão melhor do mercado, sobretudo com a reposição do estoque, que deverá ter um reajuste de preço.
As empresas, assim como os consumidores, também estão atentas ao movimento da taxa Selic, considerada a referência de juros da economia. Atualmente, ela está em 13,75% ao ano, numa tentativa do governo de controlar a inflação.
De acordo com o Boletim Focus, do Banco Central, a taxa deve encerrar 2023 em 11,25%. Quanto mais alta, maior caro fica o crédito, e com isso famílias e empresários são desencorajados a investir, o que pode provocar um esfriamento da economia.
Foto: Amilton Maciel/Rádio Santa Cruz FMHá 0 comentários. Comente essa notícia.