Um mês depois do ataque ocorrido numa creche de Blumenau e das ameaças de atentados em várias cidades de Minas, famílias de estudantes da rede pública mineira agora têm outros motivos de preocupação.
É que o relatório final do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais, realizado na chamada “Operação Educação: Fiscalização Ordenada”, traz informações inquietantes.
Segundo o levantamento, 45% das escolas fiscalizadas não possuem câmeras de segurança, enquanto 70% não tem vigilância particular ou ronda escolar e 90% não possuem botão de pânico ou solução similar.
Ao todo, foram avaliados cerca de 200 quesitos em cada escola visitada. Outros problemas identificados mostram que aproximadamente 75% dos banheiros estão com inadequações, sendo as mais comuns: falta de papel higiênico, papel toalha e sabão.
Outro dado assustador é que cerca de 80% das escolas estão sem o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros, ao passo que em 90% não existem hidrantes e 60% não tem extintor. Para piorar a situação, das 40% que mantém extintores, a maioria possui equipamentos fora do prazo de validade.
A acessibilidade também foi um ponto de destaque. De acordo com o relatório do Tribunal de Contas mineiro, aproximadamente 25% das escolas visitadas estão sem acessibilidade nas vias de circulação. Nelas, 90% dos banheiros não estão adaptados e 80% das salas de aula têm algum problema de adaptação.
Diante da repercussão do assunto, a Secretaria Estadual de Educação informou que estão previstas intervenções para recuperação da infraestrutura, com investimentos superiores a R$6 milhões.
A nota informou também que a Secretaria de Educação realiza periodicamente um diagnóstico de infraestrutura na rede estadual, para identificar as situações físicas nos ambientes escolares.
Outro ponto destacado pela pasta é que os fiscais do Tribunal de Contas não visitaram todos os estabelecimentos de ensino da rede estadual e se isso tivesse acontecido, com certeza seriam observadas também dependências físicas muito bem estruturadas.
A operação também foi realizada em todos os estados brasileiros e no Distrito Federal, contando com a participação de vários Tribunais de Contas e outros órgãos. Foram confirmadas carências iguais ou até maiores que as encontradas em Minas Gerais.
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