Não é apenas a falta de mão de obra que tem sido um obstáculo para a construção civil. O reajuste dos preços dos materiais está impactando diretamente o ritmo do mercado, elevando os custos de quem está construindo ou reformando e exigindo estratégias por parte das construtoras.
De acordo com pesquisa do site Mercado Mineiro, entre quase 70 produtos avaliados, a maioria ficou mais cara nos últimos dois anos, com aumentos que chegaram a 127%.
O levantamento mostrou que a maior alta foi da lata de 18 litros de tinta látex, cuja média de preço saltou de R$ 117,54 em 2021 para mais de R$ 267,00 neste ano. Outro material que registrou alta expressiva no período foi o cimento branco, que subiu 101%, chegando a mais de R$ 8,00 o quilo.
Segundo Gabriel Hanke, proprietário da Hanke Construtora, outros itens também tiveram fortes reajustes nos últimos anos, como tijolo, concreto e ferragem. Diante de um mercado cada vez mais competitivo, Gabriel admitiu que o impacto das correções foi grande, exigindo um esforço maior pelas pesquisas de preço para não perder o padrão de qualidade.
As cotações citadas pelo empresário também foram relatadas pelo Mercado Mineiro. O site apontou que houve variações de até 84% de preços. Já em relação ao repasse dos aumentos ao consumidor, Gabriel Hanke descartou essa possibilidade, explicando a estratégia para não trabalhar no vermelho.
Apesar do cenário de altas, que não é restrito apenas à construção civil, Gabriel Hanke disse que o mercado está aquecido, com boa procura e vendas concretizadas.
Minas Gerais tem se destacado no setor nesses últimos anos. Segundo o Sindicato da Indústria da Construção Civil no estado, o mercado está crescendo desde o terceiro trimestre de 2020, com resultados positivos nos três grandes setores: construção de edifícios, obras de infraestrutura e serviços especializados.
O desafio do setor - não apenas em Minas, mas no país - é lidar com a taxa de juros elevada, o que encarece os investimentos. Ainda assim, a expectativa é encerrar 2023 com crescimento de 2,5%.
Fotos: Arquivo Pessoal e Ilustrativa Reprodução/pixabay.comHá 0 comentários. Comente essa notícia.