A população de Pará de Minas continua incomodada com a presença dos moradores em situação de rua em diversas partes da cidade. A resistência dos populares é em relação aos que abusam do cotidiano, fazendo necessidades fisiológicas em áreas abertas e agredindo verbalmente as pessoas que se recusam a oferecer ajuda.
Não são raros os casos de pessoas que se envolvem em confusão, devido ao uso de bebida alcoólica ou mesmo drogas. Geralmente nessas circunstâncias alguns chegam até mesmo a cometer furtos.
Mas, pelo visto, nem a situação de Pará de Minas nem a de outras regiões deve mudar o panorama, pelo menos em curto prazo. Levantamento que acaba de ser divulgado pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania revelou que 236 mil pessoas estavam nestas condições em 2022, ou seja, um em cada mil brasileiros.
O país tem 246 centros de referência especializados, os chamados Centros Pop, totalizando 578 mil atendimentos. De acordo com o estudo, 62% das pessoas em situação de rua estão na região Sudeste. O perfil dessa população é majoritariamente de homens (87%), adultos (55%) e negros (68%).
Mas o levantamento também mostra a outra face desta realidade. Os moradores de rua também se queixam da discriminação da sociedade e, principalmente, dos abusos. A violência física foi responsável por 88% das notificações junto ao Disque 100, seguida pela violência psicológica, com 14%. Homens negros e jovens são as principais vítimas.
O relatório sobre a situação da população de rua no país recomenda aos municípios e aos estados que passem a observar imediatamente as diretrizes do decreto para quem vive nesta condição. E também sugere formas de ação para tirar do papel a política nacional instituída em 2009. O documento ainda considera primordial o fortalecimento dos Centros de Referência de Assistência Social (Cras) e de outros programas visando o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários.
Foto: ReproduçãoHá 0 comentários. Comente essa notícia.