A popularização das casas de apostas esportivas no Brasil, as chamadas “bets”, trouxe à tona um assunto ainda pouco comentado no país: o vício em apostar.
Essa condição é classificada como ludopatia e reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como a compulsão de uma pessoa por jogos de azar, o que pode levar a graves consequências para o indivíduo, como financeiras, sociais, físicas e emocionais.
No Brasil, a OMS estima que de 1% a 1,3% da população tenha problemas relacionados ao vício, mas especialistas da área da saúde acreditam que esse número pode ser maior por dois fatores: crescimento significativo do mercado nos últimos dois anos e a subnotificação – quando as pessoas sofrem, mas não procuram ajuda.
Para a psicóloga e professora da Fapam, Denise Lopes, que também é Mestre e Especialista em Terapia Cognitiva Comportamental pela USP, falar sobre o vício em aposta diante de uma publicidade cada vez maior das casas é fundamental para conscientizar atuais e futuros jogadores.
Ao Jornal da Manhã, Denise citou diferentes fatores levam ao vício, variando desde as promessas de ganhos fáceis até a socialização.
Atualmente, as bets oferecem um campo de oportunidades para os jogadores, tanto profissionais quanto os amadores. Através de um celular, é possível apostar em partidas de futebol, basquete, tênis, corrida de cavalo e até em jogos de vídeo-game, entre outras várias modalidades.
Denise Lopes ressalta que é possível identificar sinais de que uma predisposição ao vício. Eles podem ser identificados pelos próprios jogadores ou por pessoas próximas.
A psicóloga reforça que são sinais, não necessariamente a pessoa é viciada por apresentar uma dessas condições. O diagnóstico só pode ser dado após uma consulta com um profissional da área.
Ainda assim, ao identificar qualquer desses sintomas listados por Denise, a melhor providência é procurar ajuda. Há, também, orientações preventivas para que a diversão não se torne um problema grave posteriormente.
E além da ajuda profissional, pessoas viciadas em apostar podem recorrer ao “Jogadores Anônimos”, um grupo de ajuda a jogadores compulsivos que fazem um trabalho semelhante ao AA (Alcoólicos Anônimos). Para conhecer mais sobre o projeto e saber como participar, o cidadão deve acessar o site jogadoresanonimos.com.br.
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