A indústria calçadista de Nova Serrana manifestou grande preocupação com o veto do presidente Lula à prorrogação da desoneração da folha de pagamento. O setor é um dos 17 que vinham sendo beneficiados pela medida.
Com o veto, a desoneração só terá validade até 31 de dezembro. Nova Serrana é um dos maiores polos calçadistas do país e prevê prejuízos com a carga tributária extra e o problema vai estender pelo país.
Segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Calçados, a tributação extra custará ao setor cerca de R$720 milhões por ano. A entidade prevê que o impacto imediato será a perda de 20 mil empregos ao longo de 2024.
Outros setores também se manifestaram, alegando que o veto à continuidade da desoneração vai contra a competitividade da indústria nacional de um modo geral. O presidente da Federação das Indústrias de Minas Gerais, Flávio Roscoe, acredita que a medida pode resultar na redução de um milhão de postos de trabalho no Brasil, com perda anual superior a R$33 bilhões em massa salarial.
Mas, do outro lado, aparecem as avaliações da Fundação Getúlio Vargas de que o veto parece certo. Segundo o pesquisador Samuel Pessôa, a desoneração não atingiu os resultados almejados, ou seja, não houve contrapartida de contratações. Já o pesquisador Marcos Mendes afirmou que essa política é cara e ineficaz, pois custa R$9,4 bilhões ao ano sem gerar empregos.
No meio desse fogo cruzado o Ministério da Fazenda anunciou que o governo apresentará até o final do ano uma proposta para substituir a desoneração da folha de pagamento. Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, um conjunto de medidas está sendo estudado para equacionar o problema.
Foto Ilustrativa: Fenova/DivulgaçãoHá 0 comentários. Comente essa notícia.