O atropelamento de sete dos quinze ciclistas que passavam pela BR-040, em Paraopeba, renovou o fôlego das manifestações em defesa da demarcação de espaços para circulação das pessoas que usam esse tipo de transporte. O acidente, além de ferir quase metade do grupo, matou um deles e tem repercutido muito em todo o estado. Aqui em Pará de Minas, o fato serviu para reascender as reivindicações sobre a necessidade das ciclovias.
Elas são antigas e embora sempre fizessem parte do programa de governo dos candidatos a prefeito, nunca saíram do papel. A única ciclovia existente no município foi construída recentemente, na região do bairro Senador Valadares, por iniciativa de uma empresa privada. O trecho é curto, mas agradou os ciclistas que sonham em circular pela cidade com segurança.
Já nas rodovias, como também não existem áreas específicas para a circulação de bicicletas e o fluxo de veículos é sempre muito grande, os cuidados precisam ser redobrados. Especialistas alertam que o número de acidentes envolvendo bicicletas em Minas Gerais tem crescido e já chegou a uma média de 200 por mês.
Os números refletem a falta de estrutura nas rodovias, assim como a dificuldade em relação à topografia montanhosa do Estado e a não observância de regras de trânsito por motoristas e ciclistas em vias cada vez mais cheias e com automóveis mais rápidos. No ano passado, por exemplo, foram quase 3.400 boletins de ocorrência registrados sobre acidentes de trânsito envolvendo bicicletas. Já nos dois primeiros meses deste ano, foram 442.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, no ano passado foram atendidos em Minas quase 1.200 ciclistas, que foram vítimas de acidentes diversos. E o perigo também aumentou para os motociclistas, já que houve crescimento de 30% no número de atendimentos a esse tipo de acidente.O Hospital João XXIII é o termômetro dessa realidade em Minas Gerais, recebendo novas vítimas diariamente, tanto condutores como passageiros das motocicletas.
Segundo as estatísticas, 70% dos sobreviventes dos acidentes de moto ficam com algum tipo de lesão ortopédica, geralmente nos membros inferiores. A complexidade varia de acordo com a velocidade em que ocorreu o acidente, podendo causar, em casos mais graves, traumatismos tóraco-abdominais, cranianos e lesões na coluna.
Os pacientes que estavam em alta velocidade também costumam ser aqueles que demoram mais tempo para se recuperar e com mais chances de ficarem com algum tipo de sequela permanente.
Foto: Reprodução/Redes Sociais
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