O rompimento da barragem da Vale em Brumadinho completou seis anos, com mais uma notícia triste. Os impactos causados na saúde da população continuam devastadores, em consequência do derramamento de 12 milhões de m³ de rejeitos de minério.
Estudo que acaba de ser divulgado por pesquisadores da Fiocruz Minas aponta a presença de metais pesados em 100% das amostras de crianças analisadas na cidade. Foi identificado que, entre crianças de 0 a 6 anos, havia pelo menos um dos cinco metais nas amostras de urina analisadas – arsênio, cádmio, mercúrio, chumbo e manganês.
Dentre esses metais, o arsênio é o que aparece mais frequentemente também entre os adultos, como ficou comprovado em 20% das amostras. Os pesquisadores recomendam avaliação médica em todos os participantes das análises.
E também alertam sobre a necessidade de uma rede de atenção que permita a realização de exames de dosagem desses metais, não apenas no grupo identificado pelo projeto como no restante da população de Brumadinho.
E em meio aos resultados preocupantes dessa pesquisa, os atingidos pela tragédia fizeram um protesto pela continuidade do Programa de Transferência de Renda. A indenização paga a 154 mil pessoas de Brumadinho e da bacia do rio Paraopeba será reduzida pela metade em março.
Segundo a Fundação Getúlio Vargas, que administra os recursos depositados pela Vale, a redução vai ocorrer para preparar os beneficiários para o fim do auxílio, no ano que vem. Cada pessoa recebe meio salário mínimo.
O movimento que defende as vítimas reage, afirmando que o fim do benefício viola a Política Nacional de Direitos das Populações Atingidas por Barragens. Já a Vale argumenta que, pelo acordo firmado com o Governo de Minas, não tem mais responsabilidade sobre o programa.
Foto: Reprodução Wikimedia CommonsHá 0 comentários. Comente essa notícia.