O aumento no número de casos de ludopatia em Pará de Minas tem gerado grande preocupação entre os profissionais de saúde, que destacam a gravidade desse transtorno. O vício em jogos é um adoecimento mental que causa tantos danos quanto a dependência química, afetando diretamente a vida pessoal, profissional e financeira dos indivíduos.
Nos últimos seis meses, a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) observou um crescimento considerável nas buscas por tratamento, o que tem exigido uma atenção cada vez maior dos serviços especializados.
A ludopatia afeta as mesmas áreas do cérebro que os vícios em álcool e drogas. Os primeiros sinais do transtorno geralmente incluem irritabilidade excessiva, ansiedade, tristeza e isolamento social. Além disso, a pessoa perde o interesse por outras atividades do dia a dia, dedicando-se cada vez mais ao jogo.
O vício em jogos ocorre em três estágios: vitória inicial, quando o jogador experimenta pequenas vitórias que o incentivam a continuar; perda, quando tenta recuperar o que perdeu, criando um ciclo vicioso; e desespero, quando acumula dívidas e enfrenta graves consequências, como o risco de autoextermínio.
A coordenadora do CAPS II, Regiane Batista, falou conosco sobre como o serviço tem lidado com esses casos, que tem chegado em estágio grave nos serviços de atendimento:
O perfil dos pacientes atendidos pelos serviços da RAPS tem mostrado que a maioria das pessoas que buscam ajuda são mulheres, com idades entre 25 e 45 anos. No entanto, os homens, embora menos frequentes, costumam chegar em situações mais graves, já com grandes dívidas acumuladas e com idealizações suicidas.
Na maioria dos casos, o apoio familiar e de amigos é essencial no processo de tratamento do vício em jogos. De acordo com a assistente social, o suporte das pessoas próximas, incentivando o indivíduo a buscar ajuda especializada, é fundamental para interromper o ciclo vicioso antes que ele se agrave:
A RAPS de Pará de Minas oferece atendimento especializado e gratuito em três unidades, que atendem de forma sigilosa e sem julgamento. O atendimento inicia com um acolhimento inicial, seguido de orientações sobre o tratamento e elaboração de um plano terapêutico individualizado, conforme as necessidades de cada paciente. A cidade conta com os seguintes locais de atendimento:
CAPS i – Centro de Atenção Psicossocial Infantojuvenil
Rua Londrina, 305 – Jardim Beatriz
CAPS II – Centro de Atenção Psicossocial
Rua Antônio Júlio, 140 – Centro
CAPS AD – Álcool e Drogas
Rua Santa Quitéria, 340 – São Vicente de Paula
Os serviços são de porta aberta e não precisam de agendamento prévio.
Fotos: @prefeituraparademinas e Ilustrativa reprodução ChristianaT (pixabay.com)
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