A procura pelos serviços do Centro de Atenção Psicossocial (Caps II) em Pará de Minas teve aumento significativo nos últimos anos, especialmente no período pós-pandemia. O isolamento social, a fragilidade nas relações interpessoais e os impactos socioeconômicos contribuíram para o agravamento do sofrimento psíquico.
Quadros de depressão e ansiedade cresceram muito nos últimos quatro anos, exaltando a necessidade de políticas públicas voltadas para incentivo do cuidado com a saúde mental.
No entanto, mesmo com o aumento no número de atendimentos e a importância reconhecida da Rede de Atenção Psicossocial (Raps), que inclui Caps, UBS, centros de convivência e outros equipamentos, ainda existe muito preconceito sobre o tema.
A assistente social Regiane Batista tem acompanhado de perto a situação, já que é coordenadora do Caps II, e lamenta o fato de muita gente ainda tratar o serviço como piada.
Criado como alternativa ao modelo hospitalar após a reforma psiquiátrica, o Caps tem como principal objetivo oferecer um cuidado mais humanizado e próximo do território do usuário.
O público predominante nos atendimentos da entidade é feminino, já que a maioria dos homens só procura ajuda quando o caso já se agravou e, quase sempre, são levados por outras pessoas.
Segundo Regiane, a saúde mental é multifatorial e dela depende o bem-estar individual de cada pessoa.
Em Pará de Minas, o Caps II já se estrutura para um novo passo: a implantação de um Caps III, que permitiria suporte noturno. Atualmente, nos casos em que há necessidade de acompanhamento 24 horas, o usuário passa a noite na UPA e o dia no Caps, até ser disponibilizada uma vaga em hospital para internação.
O levantamento de dados para pleitear a nova unidade já começou, sendo o primeiro passo para que o serviço seja efetivado no município. Mas enquanto o apoio 24h não é efetivado, Pará de Minas segue com uma rede de atenção psicossocial fortalecida. A assistente social ressaltou que a Raps tem sido um modelo a ser seguido.
Além do acompanhamento direto ao usuário, o Caps também realiza trabalho de acolhimento e orientação às famílias, para que saibam lidar com situações de sofrimento psíquico.
Há quase um ano, a unidade está funcionando na Rua Antônio Júlio, 140, no bairro Várzea. O Caps II funciona de segunda a sexta-feira, das 7h às 18h, como serviço de porta aberta, ou seja, não é necessário agendamento.
Foto: Ronni Anderson/Rádio Santa Cruz FMHá 0 comentários. Comente essa notícia.