A inadimplência no pagamento de aluguéis vem chamando atenção em todo o Brasil e também reflete a realidade de Pará de Minas. Segundo dados recentes, o índice nacional chegou a 3,59% em junho, registrando a terceira alta consecutiva em um período de 12 meses.
A situação é ainda mais grave em imóveis de menor valor, como os residenciais de até R$ 1.000, onde a inadimplência bateu 5,79%. Nos imóveis comerciais dessa mesma faixa, o índice alcançou 7,48%, evidenciando os efeitos da inflação, dos juros elevados e do endividamento das famílias.
Na cidade, o cenário segue a mesma tendência, conforme explicou Renato Franco, da Imobiliária São Francisco. Ele destacou que a situação tem atingido diferentes públicos, especialmente os imóveis comerciais que, além da inadimplência, enfrentam dificuldades extras, como fechamento de estabelecimentos e instabilidade no setor.
O corretor ainda ressaltou que, em muitos casos, os inquilinos enfrentam problemas financeiros genuínos, mas também há situações em que alguns deixam de arcar com as responsabilidades de forma intencional, prejudicando ainda mais o mercado.
Para enfrentar esse cenário, as imobiliárias têm apostado em uma combinação de medidas, como análise de crédito mais criteriosa, programas de proteção ao proprietário e negociações facilitadas com inquilinos inadimplentes. A estratégia busca manter o equilíbrio entre as partes e reduzir os riscos de prejuízo.
E, ao contrário do que muitos pensam, a compra e venda de imóveis também não vive um momento favorável, principalmente para as classes mais baixas. De acordo com Renato, as construtoras têm tentado se adaptar ao mercado, mas o sonho da casa própria está cada vez mais distante para muita gente
O crédito mais caro, o aumento da entrada exigida e as restrições no financiamento têm afastado potenciais compradores. Com isso, investidores e incorporadoras acabam concentrando esforços em nichos específicos, enquanto boa parte do mercado enfrenta dificuldades para manter as vendas aquecidas.
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