Apesar do otimismo do mercado imobiliário com o anúncio das novas regras para financiamento habitacional, o cenário ainda não é tão animador para quem está do lado da compra.
É que mesmo com as medidas que prometem injeção de até R$ 37 bilhões no crédito, a taxa Selic segue em 15% ao ano, o maior patamar em quase duas décadas, sendo a principal barreira para as famílias de classe média assumirem um financiamento de longo prazo.
A Caixa Federal voltou a financiar até 80% do valor de imóveis novos, depois de meses operando com teto de 70%. No entanto, corretores apontam que o impacto das novas regras favorece especialmente o alto padrão.
Já a classe média tradicional, continua sendo a mais atingida, por causa dos juros altos, levando as famílias a adiar a compra porque o dinheiro aplicado rende mais que o imóvel financiado.
O corretor Renato Alves Franco traduz a situação de uma maneira fácil de ser entendida - na prática, existe mais crédito disponível, mas ele ainda não cabe no bolso.
E apesar das expectativas de uma movimentação maior, o cenário não é tão positivo assim, já que o preço dos imóveis também sobe exponencialmente.
Ainda segundo Renato, aderir ao programa Minha Casa Minha Vida tem sido mais vantajoso para empreendimentos em parceria com os bancos.
Em curto prazo, o mercado aposta em uma maior movimentação, mas ela não representará um alívio para o comprador. A tendência é que os financiamentos continuem viáveis apenas em condições mais estratégicas ou subsidiadas, enquanto boa parte das famílias prefere aguardar a queda concreta de juros para assumir compromissos de longo prazo.
Foto: Ronni Anderson/Rádio Santa Cruz FM
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