Supermercados de Pará de Minas já tiraram das gôndolas as garrafas da cerveja Belorizontina, produzida pela Backer. As suspeitas sobre a contaminação de dois lotes causaram reboliço no mercado, especialmente por causa da intoxicação de várias pessoas e a morte de uma delas. Embora ainda não tenham sido apresentadas provas entre a relação da bebida e o adoecimento das vítimas, todas as medidas preventivas estão sendo tomadas a fim de evitar eventuais novas contaminações.
A Cervejaria Backer nega a utilização da substância dietilenoglicol na fabricação de seus produtos, mas a situação vai se complicando porque a Polícia Civil confirmou ontem que mais um lote estaria contaminado não só pelo dietilenoglicol como pelo monoetilenoglicol, que é da mesma família de compostos chamados de glicol.
Segundo o registro, além dos lotes L1 1348 e L2 1348, há suspeita de contaminação em uma das caixas do lote L2 1433. A corporação afirma que resultados de novos laudos devem sair nos próximos dias. A Backer, por sua vez, está fazendo uma vistoria interna para ajudar a apuração do caso. Desde ontem a empresa também está recolhendo outros lotes da Belorizontina e confirma que vai ressarcir os consumidores.
Todo cliente, de porte do cupom fiscal da compra, deve procurar o estabelecimento comercial onde adquiriu o produto e fazer a devolução. A Backer vai aceitar devolução de cervejas de todos os lotes, como medida de prevenção. Enquanto isso, a Secretaria de Estado de Saúde ampliou a janela de investigações sobre a doença misteriosa.
Até então estavam sendo analisados somente os casos registrados em dezembro e agora os de novembro passaram a ser observados também. O objetivo é descobrir se houve, nesse período, a ocorrência de casos de síndrome nefroneural. Caso sejam identificados será investigado se as vítimas consumiram a cerveja.
Órgãos de saúde também alertam os consumidores que têm a Belorizontina em casa que não consumam o produto e se possível disponibilizem as garrafas para as autoridades. Representantes da Backer voltaram a falar em entrevistas coletivas, declarando que a empresa está triste com o caso, principalmente pelas famílias de pessoas contaminadas.
O mestre cervejeiro da empresa, Sandro Duarte, disse que desconhece casos de eventual contaminação de cerveja com líquidos para refrigeração, como o dietilenoglicol, justamente por ser um líquido que corre na parte externa do tanque.Esse líquido, quando usado por outras empresas, não tem contato com a cerveja. Ele garantiu que a Backer não usa esse agente químico, como ficou comprovado nas diligências feitas na indústria.
A cervejaria está, inclusive, convocando parceiros, fornecedores de maquinários e equipamentos para investigar se houve erro. A fábrica continua interditada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento determinou que a cervejaria Backer retire de circulação todas as suas cervejas e chopes produzidos desde outubro do ano passado.
A suspensão da venda se manterá até que fique assegurado que os outros produtos da Backer não estão contaminados. “A medida é para preservar a saúde dos consumidores”. Ainda segundo a nota, esses produtos estão sendo analisados e, caso existam resultados positivos, novas medidas serão adotadas. A cervejaria foi interditada pelo ministério, e 139 mil litros de cerveja e 8,4 mil litros de chope já tinham sido apreendidos.
Foto: Arquivo Pessoal/Renato Teixeira + Divulgação/Instagram/@cervejariabacke