O Procon de Pará de Minas vai anunciar hoje os procedimentos recomendados aos comerciantes no que diz respeito aos rótulos produzidos pela Cervejaria Backer, principalmente a Belorizontina que está envolvida nas suspeitas do acometimento de doenças e até mesmo da morte de duas pessoas.
O órgão de defesa do consumidor se prepara para agir de acordo com as determinações do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais, que interditaram a indústria e avançam nas investigações. O Ministério da Agricultura já intimou a Backer a fazer o recall de todas as cervejas e chopes da empresa, além de suspender a venda de qualquer produto da marca até que seja descartada a possibilidade de contaminação dos demais produtos.
A medida abrange qualquer rótulo fabricado entre outubro de 2019 e o início desta semana. A Backer já acionou a Justiça contra a decisão, argumentando que a cerveja fabricada por ela alvo de investigação é apenas a Belorizontina. A empresa também reitera que não usa a substância dietilenoglicol na produção. Supermercados, bares e restaurantes já tiraram de suas prateleiras os rótulos e aguardam instruções de como deverão proceder agora.
E o caso ganha nova repercussão diante da morte de uma mulher em Pompéu, que ingeriu a cerveja e morreu. A vítima tinha 60 anos e faleceu com suspeita da síndrome nefroneural. A morte dela aconteceu no final de dezembro, mas somente agora a Prefeitura de Pompéu emitiu nota confirmando a suspeita da doença. A família também registrou um Boletim de Ocorrência na Polícia Civil para comunicar a suspeita da síndrome.
De acordo com a enteada da vítima, ela bebeu a Belorizontina durante um passeio ao bairro Buritis em Belo Horizonte. A partir daí, passou a queixar de dores abdominais e a ter diarreia e vômitos. O quadro clínico se agravou uma semana depois e ela morreu com insuficiência renal e alteração neurológica.
A crise envolvendo a cervejaria Backer também levou o presidente da Associação Brasileira de Cerveja Artesanal, Carlo Lapolli, a enviar ofício ao Ministério da Agricultura pedindo a proibição do uso de dietilenoglicol e monoetilenoglicol na produção cervejeira. Segundo ele, não existe regra sobre isso no Brasil, enquanto que nos Estados Unidos o uso desses compostos é proibido.
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