O muro de arrimo construído pela Prefeitura de Pará de Minas há muitos anos, para impedir o deslizamento de um barranco no bairro Belvedere, não conseguiu segurar a terra totalmente encharcada e na noite da última sexta-feira ele desabou sobre um barracão na rua Antônio Eustáquio Guimarães Pena, nº 220.
Foi um milagre. Dentro do imóvel estavam 4 pessoas. As filhas da proprietária, uma de 15 e outra de 5 anos de idade, e duas vizinhas – uma de 5 e outra de 11 anos. Em questão de segundos tudo desceu, mas entre os escombros todas se salvaram.
Apenas a filha caçula da dona da casa sofreu ferimentos, já que teve o braço esquerdo quebrado. A família foi acolhida por parentes e está vivendo agora o pesadelo de não ter onde morar e ter perdido tudo que tinha na casa.
Ontem à noite o JM conversou com as vítimas para saber detalhes desse triste episódio. A primeira entrevista foi com Júlia Eduarda Aparecida Alves de Andrade, a adolescente de 15 anos que cuidava das crianças. Júlia é a filha mais velha da dona da casa:
Depois de conversar com a Júlia, o JM também ouviu a mãe das vítimas. Adair Alves de Oliveira tem 45 anos, é divorciada e mantém a família como diarista. Ele comprou o barracão que desabou há 10 anos e somente agora teve condições de colocar a laje nele, inclusive ainda não pagou totalmente. No momento do desabamento ela estava na igreja do bairro e foi alertada pelos vizinhos:
A população tem feito doações para a família. Roupas já não são mais necessárias mais, nem camas e colchões. Mas falta todo o resto: fogão, geladeira, mesa, guarda-roupa, utensílios. Os contatos podem ser feitos com a sobrinha da Adair, Letícia, pelo telefone 99825 7855. O telefone que a família tinha desapareceu no meio da lama.