O JM divulgou ontem a decisão do Governo de Minas em colocar placas de advertência nas margens do rio Paraopeba, orientando as pessoas sobre a presença de metais pesados na água, inclusive no trecho próximo a Pará de Minas.
A iniciativa só confirmou o que os especialistas já vinham dizendo em relação à contaminação do rio que não está apto para nadar, beber água, matar a sede dos animais ou mesmo pescar.
Mas infelizmente essa orientação não tem sido levada a sério por muitas pessoas que insistem em utilizar o rio para a pesca. E o pior é que elas seguem comercializando os peixes retirados do rio, colocando em risco também a saúde dos consumidores.
Quem faz a denúncia é Aparecida Natália Marinho, proprietária de um sítio na comunidade de Córrego do Barro. Embora não tenha visto os pescadores na beira do rio, a sitiante tem ouvido muitos comentários sobre pessoas que tem ido até lá à noite, para não serem descobertos.
Aparecida Natália também conta que, além do problema da pesca e da restrição total ao uso da água do Paraopeba, a comunidade segue entristecida devido ao afastamento do convívio com o rio. Cheia de saudades, ela relembra o tempo em que as pessoas podiam ver de perto o curso d’água sem preocupação, desfrutando do bem natural e do lazer que ele proporcionava.
Com a chegada do período das chuvas, sobretudo com precipitações mais intensas, a sitiante conta que praticamente não tem ido até a propriedade. É que além das restrições impostas pelo governo, muita gente teme pelo transbordamento do rio, que pode afetar ainda mais a comunidade, já que a água segue contaminada.