As chuvas que têm caído em Pará de Minas nessas últimas semanas continuam preocupando muito a Defesa Civil, devido ao encharcamento do solo. E como a previsão é de mais temporais ao longo do mês, o órgão tem adotado várias medidas preventivas. Uma das principais refere-se ao monitoramento das áreas de risco. Imóveis comprometidos estão sendo esvaziados para evitar tragédias.
A cidade está com seis famílias desalojadas. Todas elas já receberam autorização para se valer do chamado aluguel social, que é pago pelo governo federal pelo período de seis meses. Mas essa solução paliativa não atende a real necessidade das famílias sem condições financeiras para construir outra casa.
A realidade é tão triste que chega a mostrar verdadeiros embates entre o poder público e as vítimas na hora da desocupação dos imóveis. A ata de uma das reuniões da equipe que compõem o Plano de Ação montado pela Prefeitura de Pará de Minas mostra situações difíceis. Uma delas é a da dona de casa G.L.L., do bairro São Cristovão, que mesmo sabendo do risco de desabamento da casa apresentou resistência para desocupar o imóvel.
Ela justificou o comportamento dizendo que o aluguel social é só por seis meses e depois disso não teria para onde ir. A equipe da Defesa Civil ficou comovida com o depoimento, mas não abriu não da desocupação da casa. Outra situação comovente foi a de uma família que construiu uma casa em Área de Preservação Permanente, a chamada APP, dentro do limite legal de 30 metros da margem do rio, o que é totalmente irregular.
Ela também está sendo retirada do local, já que o terreno dá sinais de engolir a casa. O barracão que desabou no bairro Belvedere também tirou de lá uma família de três pessoas que, assim como nos outros casos, não tem condições de construir outra moradia. Na tentativa de ajudar as vítimas o secretário de Assistência e Desenvolvimento Social, Flávio Medina, está buscando apoio junto à Caixa Federal.
Em ofício encaminhado ao gerente do banco em Pará de Minas, Gilzan de Pádua Teixeira, o secretário mostra interesse em destinar as famílias desabrigadas para moradias desocupadas nos conjuntos habitacionais Parque do Cedro, Seringueiras e Cecília Meireles. Segundo ele, a Caixa Federal é um banco de caráter social e é nessa condição que ele vislumbra a perspectiva de destinar moradias ociosas para famílias que vivem nas áreas de risco. A instituição ainda não se manifestou.
Foto: Prefeitura de Pará de Minas/Divulgação