Alívio para os pecuaristas – o escritório do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) em Pará de Minas não vai fechar as portas. A possibilidade assustou muita gente nesses últimos dias, após o anúncio do governo estadual sobre a redução de 34,7% do número de escritórios seccionais em Minas. Do total de 235 agências sobraram 186 unidades.
A medida vai criar dificuldades em várias regiões já que o IMA é um dos braços operacionais do Estado na área de agricultura familiar. O órgão, vinculado à Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento é responsável por certificar produtos agropecuários e agroindustriais, além de realizar o combate à raiva e à febre aftosa nos animais.
O Governo de Minas justifica o fechamento de parte dos escritórios dizendo que eles não contavam com profissionais de nível superior como obriga a lei. O governador Romeu Zema não teme que a redução dos escritórios do IMA comprometa a fiscalização, ao contrário, ele acredita que irá otimizar os serviços da defesa agropecuária no Estado.
Ainda segundo Zema, a nova estrutura foi discutida e analisada baseando-se em critérios como redistribuição geográfica de atendimento, reestruturação operacional e redução de deslocamentos entre propriedades rurais e escritórios, além do remanejamento estratégico das atividades. O IMA de Pará de Minas não entrou na lista de cortes por dois motivos.
O primeiro é que a equipe atende todos os requisitos legais e é bastante entrosada, com alto índice de produtividade. E o outro motivo é que o escritório local mantém excelentes resultados sobre o faturamento. Em 2019, por exemplo, ele ficou com o primeiro lugar no ranking de produção devido à grande movimentação de animais na região.
As Guias de Transporte de Animais, chamadas popularmente de GTA, respondem pela maior parte do faturamento do escritório local do IMA, rastreando o transporte de aves e suínos. Subordinado à coordenadoria de Bom Despacho, o escritório responde por Pará de Minas, Florestal, Igaratinga, São José da Varginha e Pequi.
Como ele está muito bem posicionado na produtividade do órgão, nem produtores nem funcionários têm com o que se preocupar. Situação diferente ficarão os 49 municípios que perderão seus escritórios. A medida também está sendo mal avaliada pela Federação dos Trabalhadores da Agricultura (Fetaemg). Segundo a diretoria da entidade, essa decisão do governador representa um retrocesso, já que a vocação de Minas, assim como do Brasil, é a agropecuária.
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