O que era perspectiva virou realidade e o Brasil também passou a enfrentar o coronavírus. O número de casos suspeitos deu um salto de 1.500% em menos de 24 horas, após a confirmação do primeiro brasileiro contaminado. Na última quarta-feira, o Ministério da Saúde havia informado que 20 suspeitas estavam sendo analisadas.
Agora, há 132, mas este dado é provisório — e o próprio ministério afirma que número final é provavelmente bem superior, porque ainda há 213 notificações enviadas pelas secretarias estaduais de saúde que não foram examinadas por técnicos da pasta. Minas Gerais já registrou alguns internamentos com sintomas da doença, enquanto outros dois casos já foram oficialmente listados como possíveis vítimas em Belo Horizonte.
No caso dos pacientes listados pela Secretaria de Estado de Saúde, trata-se de duas mulheres – uma de 25 e outra de 27 anos. Uma terceira suspeita foi identificada no Hospital Risoleta Neves, mas o paciente foi transferido para o Hospital de Barreto, onde permanece em isolamento. A doença respiratória já matou quase 3 mil pessoas em todo o mundo e tem assustado bastante as autoridades e órgãos de saúde.
No caso de Minas Gerais, ainda não há motivo para pânico até mesmo porque o Brasil teve dois meses para se preparar. A avaliação é do médico infectologista Carlos Starling, membro da Sociedade Brasileira de Infectologia. Segundo ele, agora é o momento de se colocar em prática todas as rotinas que foram largamente divulgadas para os hospitais, profissionais de saúde e as pessoas em geral.
O grande desafio para se evitar a propagação do coronavírus é educar as pessoas rapidamente para a adoção de hábitos saudáveis.
Doutor Carlos Starling disse que a partir de agora, com a presença do coronavírus em outros países, a doença deixa de ser preocupação apenas na China, onde foi registrado o maior número de casos. Os sintomas devem ser observados desde a primeira manifestação do organismo e são muito parecidos com a gripe, no caso, dores no corpo, febre alta e dificuldade respiratória.
Atenta à necessidade de mudança de comportamento, a Igreja Católica está com recomendações especiais para evitar a disseminação do coronavírus entre os fieis. O presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, Dom Walmor Oliveira de Azevedo, pede que as pessoas não deem as mãos durante os momentos de reza.
Segundo ele, as mãos dadas durante o Pai Nosso, o abraço da paz, a comunhão na boca serão substituídos por agora. É importante que todos contribuam para a superação desse grave problema mundial, que já afeta a sociedade brasileira. O Ministério da Saúde também decidiu antecipar a campanha de vacinação contra a gripe no Brasil, após a confirmação do coronavírus no país.
Prevista para a segunda quinzena de abril, ela acontecerá em 23 de março. É importante deixar claro que a vacina contra a gripe não previne esse novo vírus. No entanto, as autoridades avaliam que a imunização facilita o diagnóstico para separar os casos quando há sintomas como febre e tosse. O Instituto Butantan, que produz as doses, poderá concluir a fabricação da vacina e possibilitar uma antecipação.
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