Pesquisa recente mostrou que no Brasil a grande maioria dos consumidores não abre mão do pãozinho fresco todos os dias. Até mesmo nas mesas de café com muitas variedades, o produto aparece em lugar de destaque. Acontece que as panificadoras estão com dificuldade de manter o preço diante da desvalorização do real frente ao dólar, o que encarece muito a importação do trigo.
E para piorar a situação a Argentina, que é o principal fornecedor da commodity, aumentou as vendas para outros mercados, como os países asiáticos, e ficou sem estoque suficiente para atender o Brasil. O país precisa de 7 milhões de toneladas de trigo importado por ano, sendo que a maior delas vem da Argentina. O preço mais caro do produto final para os moinhos de trigo vai representar aumento no custo da farinha no Brasil.
Desde que as informações chegaram aqui, os comerciantes da área se mostram preocupados e com toda razão já que o saco de 25 kg subiu de R$58,00 para R$62,90. As padarias reconhecem que o momento é impróprio para repassar a alta aos consumidores. A concorrência está muito acirrada e um reajuste no quilo do pãozinho, mesmo que seja pequeno, vai doer no bolso.
De fato, os comerciantes estão certos em pensar assim porque uma enquete feita em Pará de Minas confirmou a preferência pelo produto no dia a dia, mas também deixou bem claro que os consumidores estão dispostos a mudar hábitos. O JM ouviu várias pessoas, apurando que uma eventual mudança de hábito não seria para punir o setor. A questão é muito mais forte, porque deságua nas condições financeiras.
A maior parte dos trabalhadores trabalha com orçamento muito esticado, portanto qualquer aumento na conta da padaria iria comprometer outras despesas. O JM perguntou aos consumidores se as alternativas do pãozinho não ficariam mais caras e a resposta foi negativa. É nessa hora que se percebe a criatividade deles na cozinha. Eles pensam desde as receitas simples de bolo até as quitandas de baixo custo.
Outro fato que tem segurado os reajustes nas padarias é o medo delas de perder definitivamente os clientes. Geralmente os preços mais altos levam as pessoas a comparar os produtos em outros comércios. E em tempos de baixa fidelidade, qualquer centavo vira a favor da concorrência.
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