O decreto municipal publicado pelo prefeito Elias Diniz, com medidas de prevenção ao coronavírus em Pará de Minas estaria completando uma semana hoje. Ele perdeu força para o decreto estadual, publicado pelo governador Romeu Zema, que continua em vigência.
A principal medida do decreto é o isolamento social com prazo de 15 dias, estendido ao fechamento da maior parte do comércio. O governo tomou uma decisão dura para investir na prevenção mas, aos poucos, o ambiente de relaxamento vai se instalando por aí.
Em Pará de Minas, por exemplo, a cada dia vemos mais gente nas ruas. Aos poucos, o jeitinho brasileiro vai interferindo nas ações de prevenção ao coronavírus. Mesmo com recomendação expressa para ficar em casa, muita gente tem se movimentado em Pará de Minas sem necessidade.
E quando perguntadas sobre o real motivo elas têm resposta pra tudo: precisava comprar isso ou aquilo, precisava fazer entrega de alguma coisa, precisava sair de casa pra tomar um ar.
E foram essas desculpas que tiraram muitas pessoas de casa ontem, movimentando principalmente o centro da cidade. Era fácil perceber os flagrantes. Na Praça Padre José Pereira Coelho, aconteceu até uma roda de conversa.
Na Praça Torquato de Almeida, os idosos se aglomeraram em torno das mesas de baralho. Os pontos de ônibus também voltaram a concentrar mais passageiros. No Parque do Bariri, dezenas de crianças se divertiam no gramado.
Os adeptos da prática esportiva também voltaram para as ruas, fazendo suas caminhadas, corridas e até mesmo circulando pelos principais corredores com suas bicicletas. Proprietários de animais de estimação seguiram o exemplo e levaram seus cachorros para uma boa caminhada.
O movimento cresceu até mesmo nos supermercados. Com medo do desabastecimento, os consumidores voltaram a comprar para reforçar o estoque das despensas. E nas filas de espera se esqueceram da regra básica da prevenção, que começa na distância mínima de um metro da outra pessoa.
O JM fez uma enquete junto aos clientes, perguntando se as latas já estavam vazias e a maioria respondeu que não. A antecipação das compras voltou a acontecer pelo medo do encarecimento dos produtos. Esses são apenas alguns dos exemplos que mostram o relaxamento das pessoas em relação às medidas de prevenção do Covid-19.
Parecem pequenos deslizes mas que somados colocarão a comunidade em risco. O relaxamento nesse frente significa menosprezar um inimigo que não está para brincadeira.
Foto: Eduardo Franco
