A reabertura do comércio de Pará de Minas não estava na pauta da reunião do Comitê de Enfrentamento ao Coronavírus, realizada ontem à tarde, mas o assunto entrou na metade dela e gerou muitas discussões. Em determinado momento o clima ficou tão tenso que o prefeito Elias Diniz alterou o tom de voz, levantou-se da cadeira e deu um tapa na mesa.
O comportamento dele provocou reação imediata do presidente da Ascipam, José Misael de Almeida, que também nervoso levou a voz e perguntou: Por que o comércio de Pará de Minas está sendo apontado como único responsável pela prevenção dessa doença? Em seguida ele disparou outras perguntas: Será que o cliente do banco e das loterias não pega o vírus? Será que as lojas terão aglomeração, mesmo em tempos de pouco dinheiro no bolso?
O presidente da CDL, Nilton Ferreira de Oliveira, acompanhou calado o bate boca, mas a expressão facial dele também era de desespero. Outros comerciantes presentes desabafaram: “Estamos quebrando, prefeito, nos ajude”. Quando os ânimos se acalmaram surgiram sugestões: lojas abertas somente em parte do dia, controle de pessoas nos estabelecimentos comerciais, uso de máscaras e álcool gel pelos funcionários, além de outras medidas sanitárias.
Apareceu também a promessa de fechamento imediato das lojas, caso os levantamentos mostrem evolução aguda de contaminação do vírus. Ainda foi apresentada a sugestão de análise dos gráficos de cidades vizinhas, assim como medidas administrativas que estão sendo tomadas pelos municípios no entorno. A reunião terminou sem definição sobre a questão do comércio e o prefeito Elias Diniz falou ao JM:
Ao final da entrevista o prefeito Elias Diniz deixou claro que, se depender dele, o comércio de Pará de Minas voltará a funcionar somente quando a cidade tiver CTIs em quantidade suficiente para atender aos possíveis casos de coronavírus:
Segundo o prefeito, Pará de Minas terá um CTI para cada 10 mil habitantes, número considerado ideal pelos especialistas.