Em um mês a Turi, empresa responsável pelo transporte público de Pará de Minas, viu sua receita despencar em 80%. Os passageiros desapareceram com o fechamento do comércio, das escolas, repartições públicas e outros serviços.
O pior resultado dessa combinação de fatores apareceu agora. A empresa não aguentou mais as contas no vermelho e demitiu 25 funcionários. A informação foi confirmada ao JM pelo superintendente Djalma Rocha Junior:
Djalma disse que a Turi fez de tudo para impedir as demissões. Uma das medidas mais duras foi reduzir o número de linhas em circulação. A frota tem 30 ônibus para atender as 26 linhas diárias.
Com o início das medidas de distanciamento social em Pará de Minas, por causa da pandemia de coronavírus, as 26 linhas foram reduzidas para 8 e nos fins de semana os veículos somente têm circulado até as 21 horas aos sábados e até o meio, aos domingos.
Mas esse enxugamento não foi suficiente para sustentar o caixa da empresa. Prevendo o pior, Djalma chegou a participar de uma reunião na Prefeitura, abrindo a planilha de custos:
E não foi só o sumiço dos passageiros que comprometeu o caixa da empresa. O excesso de passagens gratuitas, atendendo idosos e pessoas com deficiência física, também vem sufocando a Turi:
O desânimo da Turi com a realidade de Pará de Minas é tão grande que a empresa admite até a possibilidade de ir embora:
A Turi está sem reajustar as passagens há mais de três anos. Sem cobertura contratual, mesmo tendo vencido a nova licitação, a empresa aguarda o sinal verde do Tribunal de Contas de Minas Gerais, que analisa documentos desde que recebeu denúncia de irregularidades no processo.
Foto: Ronni Anderson/Rádio Santa Cruz FM
