A Prefeitura de Pará de Minas ainda não se manifestou sobre o ofício enviado pela Câmara Municipal, onde todos os vereadores repudiam a perspectiva do Hospital Nossa Senhora da Conceição se transformar em referência no atendimento dos pacientes de coronavírus.
A Câmara reconhece a necessidade de tratamento dos pacientes locais, mas discorda da chegada daqueles que virão transferidos de várias cidades. Segundo os vereadores, o prefeito Elias Diniz tem autonomia para recusar essa habilitação temporária.
Eles alegam que transformar o Nossa Senhora da Conceição em hospital referência para o coronavírus trará prejuízos para a população de Pará de Minas, porque faltarão leitos para outras enfermidades.
E além do desconforto do transporte para outros hospitais, ainda tem o risco do atendimento não ser feito em tempo hábil, podendo haver risco de morte. No ofício encaminhado ao prefeito, os vereadores também lamentaram que a Câmara não tenha sido consultada e nem participado das discussões.
O anúncio sobre a escolha do Governo de Minas por hospitais da região – além de Pará de Minas, Itaúna e Nova Serrana – vem repercutindo mal desde a última semana. Através das redes sociais, a população tem disparado críticas sobre essa possibilidade. E por causa delas, o prefeito Elias Diniz se manifestou no fim de semana, ao gravar um vídeo durante visita que ele fez na UPA:
A polêmica de alguns hospitais concentrarem atendimentos aos pacientes da Covid-19 também vem se arrastando em outras cidades. Em Formiga, por exemplo, o prefeito Eugênio Vilela Junior disse que se for preciso vai colocar caminhões e tratores na porta da Santa Casa para evitar a transformação do hospital em referência no tratamento do coronavírus. Vários prefeitos também estão reagindo contrariamente, daí a expectativa dos vereadores de Pará de Minas em relação ao posicionamento de Elias Diniz.
E voltando a falar da Câmara Municipal - outro assunto que deve ser discutido na reunião desta noite é o projeto que propõe reajuste de salário para os funcionários. O Observatório Social de Pará de Minas (OSB) já entrou na questão, dizendo que o momento não é oportuno diante da crise econômica que o país atravessa.
O OSB já enviou a solicitação de não aprovação do projeto para todos os vereadores alegando, dentre outros fatos, que a média salarial dos comissionados já é de R$4.879,00 e mais nove funcionários recebem entre R$5 mil e R$13 mil mensais. No ano passado, as despesas com pessoal foram de R$5.490.924,74 e o reajuste proposto agora vai elevar esses custos.
Foto: Prefeitura de Pará de Minas
