As longas filas na rede bancária de Pará de Minas vêm se repetindo nas últimas semanas, especialmente à frente à Caixa Federal, no início da Rua Benedito Valadares.
Embora muita gente esteja fazendo uso adequado de máscaras, na maioria das vezes o distanciamento de segurança, para impedir o contágio da Covid-19 não vem sendo respeitado.
Nos últimos dias, inclusive, foi preciso atuação da Polícia Militar em alguns momentos, para desfazer a aglomeração e orientar as pessoas sobre os cuidados preventivos.
O próprio Tenente-Coronel Geraldo Elias de Araújo, comandante da 19ª Companhia Independente de Pará de Minas, participou da mobilização.
Falando ao JM, ele confirmou que vem monitorando a movimentação na região central, repassando orientações importantes para quem precisa sair de casa.
O Tenente-Coronel Elias também informou que a PM vem trabalhando no sentido de evitar pequenos crimes na porta dos bancos. E reforçou a importância da PM manter um trabalho próximo da população, sobretudo em momentos difíceis como esse:
O comandante da 19ª Cia informou ainda que apesar dos problemas provocados pela pandemia do novo coronavírus, no que diz respeito a segurança pública, o saldo é positivo. Embora não tenha citado números oficiais, o Tenente-Coronel Elias informou que o índice de criminalidade violenta tem registrado queda significativa em todas as cidades assistidas pela 19ª Cia.
E já que estamos falando em medidas preventivas, subiu o número de pessoas mais conscientes sobre a responsabilidade de cada um de nós em relação aos cuidados que a pandemia exige. O instituto Datafolha realizou uma pesquisa no Brasil em que a grande maioria dos entrevistados defendem punição para pessoas que desrespeitam regras de quarentena estabelecidas pela pandemia.
Para 18% dos entrevistados, os governos não deveriam ter direito sobre a circulação das pessoas. Cerca de 3% não souberam responder, enquanto 79% se mostraram favoráveis às punições para quem menosprezar os riscos da doença. Ainda de acordo com o levantamento, o apoio à aplicação de multas é mais comum entre os jovens. Já a classe média apoia advertências verbais.
A classe política também vem se manifestando favoravelmente ao rigor das medidas preventivas. Exemplo disso é o manifesto da Confederação Nacional de Municípios (CNM), que fez várias críticas à postura do presidente Jair Bolsonaro em neglicenciar o risco da doença. Segundo a CNM, os gestores públicos precisam ter plena consciência do papel que lhes cabe no enfrentamento dessa, que é a maior crise sanitária de nossa história.
Dessa forma, compete ao presidente da república o exemplo de liderança nacional, respeitando os limites da ciência. E o manifesto prossegue: “Infelizmente, no momento crítico, em que se esperava a liderança do Excelentíssimo senhor presidente da República, observa-se a ausência de uma postura republicana, a falta de empatia – em especial com as famílias enlutadas – e a perda da consciência do papel institucional do mais alto cargo da nação”.
Essa postura errática, segundo a Confederação Nacional dos Municípios, “ao invés de incentivar a solidariedade e a consequente eficiência das ações, aprofunda a divergência, a desorientação e cria insegurança, sobretudo, junto à população, colocando em xeque o federalismo cooperativo brasileiro”.
Foto: Amilton Maciel/Rádio Santa Cruz FM