As filas na porta da Caixa Federal de Pará de Minas diminuíram de tamanho nesta semana, mesmo assim a espera é longa. É por isso que na tentativa de abreviar o momento de entrar na instituição muitas pessoas tem saído de casa antes do dia amanhecer. Na terça-feira, por exemplo, o Jornal da Manhã conversou com um pai de família que foi o primeiro da fila, mas para conseguir esse lugar chegou ao banco antes da meia noite, enfrentando a madrugada toda de pé, a dois metros da porta de entrada.
Aos poucos, outros foram se juntando a ele. Eles chegaram às duas, às três e as quatro da madrugada. Quando o dia clareou a fila já tinha mais de duzentas pessoas à espera do atendimento para receber o auxílio emergencial do governo federal. Essas cenas têm se repetido Brasil afora e pelo visto vão continuar, já que a pandemia do coronavírus vai garantir mais duas parcelas do coronavoucher.
É uma situação que tem comovido o país, não só pela necessidade do recurso financeiro, diante de tanto desemprego, como pelo desafio dos beneficiados de encarar as filas gigantescas. É tanto sofrimento, diante do desconforto da espera e da necessidade do dinheiro, que essa realidade tem despertado ações solidárias como a que aconteceu na manhã de ontem, no centro de Pará de Minas.
Mobilizados por um vizinho, que só concordou em falar ao JM na condição de anonimato, moradores de um edifício próximo à agência da Caixa decidiram surpreender as pessoas da fila com um café. Eles chegaram antes do relógio do Santuário Nossa Senhora da Piedade anunciar que já eram seis da manhã.
Café fresquinho nas garrafas, biscoitos devidamente embalados, mãos higienizadas com álcool, luvas e máscaras – tudo como determinam as normas sanitárias de prevenção à Covid-19. Os primeiros minutos refletiram a inquietação das pessoas diante daquela surpresa, mas aos poucos o ambiente se tornou bastante amigável como vai nos contar agora o voluntário anônimo:
Servido o café, os vizinhos se retiraram com a satisfação de ter amenizado um pouco o sacrifício de quem formava mais uma fila de atendimento na Caixa:
O voluntário anônimo também aproveitou o momento para incentivar outras pessoas a praticarem ações solidárias, por menor que sejam. E fez questão de fazer um protesto contra aqueles que, ao invés de ajudar, jogam flagrantes do sofrimento alheio nas redes sociais:
O café solidário na porta da Caixa deve ganhar outras edições e certamente será muito bem-vindo. Pratique você também uma boa ação, o mundo precisa muito disso.
Foto: Ilustrativa/WhatsApp
