Bem antes do coronavírus chegar ao Brasil a sociedade já cobrava enxugamento dos gastos públicos, principalmente no que diz respeito aos salários dos políticos. Com a pandemia que vem causando sérios problemas no país, essa questão ficou mais acentuada e em várias cidades a própria classe política está tomando a iniciativa de reduzir salários.
Exemplo recente aconteceu em Divinópolis, onde os vereadores chegaram até a discutir a proposta de reduzir a remuneração dos vereadores para o equivalente a um salário mínimo na próxima gestão. Mas levando em consideração o tamanho da cidade, que já tem mais de 400 mil habitantes, prevaleceu a proposta de reduzir os salários em 25%.
Com isso, a partir do ano que vem os vereadores de Divinópolis deixarão de receber R$12 mil. O novo salário vai cair para R$9.133,23. Mas na cidade de Igaratinga, aconteceu exatamente o contrário. A partir de 2021 os vereadores passarão a receber R$4.600,00, contra os atuais R$4.500,00.
O projeto de lei foi aprovado recentemente, obedecendo a lei nacional que obriga as câmaras municipais, em seu último ano de legislatura, a fixar os próximos salários de vereadores, prefeitos, vice-prefeitos e secretários. No mesmo projeto em que os vereadores aumentaram os salários em R$100,00 eles também votaram o novo salário do futuro prefeito e aí as discussões esquentaram, diante da discordância em relação aos números.
Vamos a eles: o prefeito Renato Guimarães recebe atualmente R$19.100,00. É um salário altíssimo para uma cidade do tamanho de Igaratinga, com menos de 11 mil habitantes. Renato concorda que o valor é realmente elevado, mas quando tomou posse esse montante já havia sido aprovado pela Câmara anterior.
De olho nas finanças do município, que não param de cair, ele propôs agora aos vereadores que o próximo prefeito passasse a receber R$1,00 por habitante. Como Igaratinga tem exatos 10.860 moradores, segundo dados do IBGE, o salário do prefeito então seria de R$10.860,00. Mas os vereadores não concordaram com isso, mantendo os R$19.100,00 para o próximo prefeito.
Diante disso, Renato Guimarães vetou o projeto e enviará à Câmara novamente a sua proposta de redução. A iniciativa também vale para o vice-prefeito que teria o salário reduzido de R$6.500,00 para algo em torno de R$4 mil. A alegação de Renato é que a Prefeitura de Igaratinga não tem condições financeiras de pagar esses salários altos, por isso o embate com os vereadores, cuja maioria defende a manutenção do valor.
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