A rede pública de saúde está seguindo o protocolo adotado pelo Ministério da Saúde que trata do uso da cloroquina e de seu derivado, a hidroxicloroquina, no tratamento à Covid-19, incluindo os casos leves. As novas diretrizes para uso das substâncias foram publicadas na última semana, como forma de enfrentar o vírus que já matou mais de 22 mil pessoas no país.
Para que a medicação seja usada, é necessário o cumprimento de diversos fatores, entre eles a prescrição médica e autorização do paciente. Ainda assim, embora seja considerada uma alternativa para salvar vidas, a cloroquina não é unanimidade entre pesquisadores, médicos e autoridades da rede de saúde pública.
Conforme o próprio texto do protocolo diz, a cloroquina pode causar efeitos colaterais levando à "disfunção grave de órgãos, ao prolongamento da internação, à incapacidade temporária ou permanente e até mesmo ao óbito". Em Pará de Minas, a Secretaria Municipal de Saúde está cautelosa sobre o assunto.
Segundo o secretário Wagner Magesty, o município tem no estoque cerca de 5 mil comprimidos, contudo, a pasta está seguindo protocolos clínicos e científicos no tratamento à doença.
Até antes da pandemia do coronavírus, a cloroquina não era um medicamento popular, afinal de contas, seu uso é indicado para doenças sem alta incidência :
O uso da cloroquina no tratamento à Covid-19 ganhou ainda mais resistência com a publicação de uma pesquisa na revista científica The Lancet. Feito com 96 mil pacientes de seis continentes, ele é considerado o maior estudo sobre a eficácia do medicamento.
Os resultados mostraram que a cloroquina e a hidroxicloroquina não apresentam benefícios no tratamento ao vírus e que não há melhora na recuperação dos infectados. Em contrapartida, a pesquisa aponta que existe um risco maior de morte e piora cardíaca durante a hospitalização pelo Covid-19.
Foto: Prefeitura de Pará de Minas