Uma frente fria mudou a direção da nuvem de gafanhotos que se aproximava do Brasil e do Uruguai, mesmo assim o governo brasileiro está de prontidão. O novo mapa de movimentação dos insetos mostra que a nuvem deve permanecer na Argentina.
Mas o governo brasileiro continua tomando todas as precauções e monitora a nuvem que levantou voo na província de Corrientes, se movendo quase 150 km por dia devido às altas temperaturas e ao vento na região de Córdoba.
Se o cenário mudar, o Ministério da Agricultura vai usar mais de 400 aviões agrícolas para controlar os insetos, caso eles cheguem no Brasil. Especialistas dos três países se mostram muito apreensivos, devido às perspectivas de grandes prejuízos nas lavouras e nas pastagens.
Para se ter ideia do tamanho do problema, em apenas 1 km quadrado de nuvem de gafanhotos pode haver cerca de 40 milhões de insetos, com capacidade de consumir em um dia o equivalente ao que duas mil vacas poderiam comer no mesmo período.
A informação mais precisa até o momento é que essa nuvem de gafanhotos se formou no Paraguai. Como é um fenômeno espontâneo e só é possível monitorá-lo depois que se forma, não dá para saber em que cidade exatamente isso ocorreu.
O Jornal da Manhã conversou com um paraminense que está morando no Paraguai e vem acompanhando a situação mais de perto. O engenheiro de produção Luiz Fernando Ribeiro de Faria informou que o alerta sobre o aumento da reprodução dos gafanhotos foi feito há algum tempo:
Ainda segundo Luiz Fernando, nos últimos meses o Paraguai não enfrentou esse tipo de problema:
Os gafanhotos já trouxeram graves problemas para as lavouras da Argentina e do Brasil nas décadas de 1930, 40 e 60. Desde 2015, os argentinos voltaram a relatar a formação de nuvens desses insetos.
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