Apesar da reabertura de parte das agências do INSS, os peritos médicos ainda não têm previsão de retomar o serviço presencial nos postos de atendimento. Os segurados que tinham perícia agendada estão remarcando. A Associação Nacional dos Médicos Peritos da Previdência Social diz que o governo federal não ofereceu condições adequadas para que a categoria volte às agências durante a pandemia.
A entidade acusa a direção do INSS de ter adulterado uma lista de procedimentos definida em conjunto com os peritos para escolha de quais agências poderiam ou não reabrir. Essa mudança, segundo os peritos, diminuiu o rigor das exigências, aumentando o risco de contaminação para os médicos e os segurados, principalmente porque a população que frequenta o INSS é composta basicamente por idosos e doentes crônicos.
A Associação dos Peritos destaca quatro problemas sérios nas agências, sendo o primeiro deles a falta de ventilação que pode elevar o risco de contaminação do novo coronavírus. A entidade também aponta a infraestrutura dos postos que não apresentam condições para a manutenção do distanciamento entre as pessoas. O terceiro ponto citado é a falta e até a má qualidade dos equipamentos de EPIs.
E o último ponto é a falta de segurança nas agências. O número de vigilantes é pequeno demais para conter eventuais tumultos. Não há previsão de retorno enquanto o INSS não permitir vistorias nas agências com base no checklist que foi combinado. Mas o governo federal voltou a pressionar os peritos para o retorno às atividades.
Foi publicado ontem, em edição especial do Diário Oficial da União, um edital de convocação imediata para que eles voltem a atender. A convocação vale para os profissionais lotados nas 150 agências que, segundo o governo, já passaram por vistoria e estão aptas para a realização dos atendimentos com segurança.
A agência de Pará de Minas está na lista das liberadas para o trabalho presencial, juntamente com Itaúna e Divinópolis. O governo determinou a abertura imediata dos agendamentos de perícias e destacou que os médicos que não retornarem ao trabalho terão descontos nos salários.
Foto: Amilton Maciel/Rádio Santa Cruz FM
