Os sindicatos que representam as diversas classes profissionais continuam sofrendo com a perda de receitas, desaparecimento de associados e a tentativa constante de se manter ativos em nome dos direitos dos trabalhadores.
E não estamos falando de uma crise provocada pela pandemia da Covid-19. Embora o fechamento do comércio entre março e abril e a consequente onda de desemprego tenham influenciado o cenário dos sindicatos, a crise no setor é anterior.
Quem explica a situação é Fausto José Conceição Abreu, presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio de Pará de Minas. Desde novembro de 2017, quando a reforma trabalhista entrou em vigor no Brasil, os sindicatos vem perdendo poder de atuação e a redução drástica de recursos.
Fausto também lamenta a falta de recursos para a manutenção dos serviços oferecidos pelos sindicatos, que antes eram financiados pela contribuição sindical, que era obrigatória, e passou a ser facultativa após a reforma.
Perguntado se ele tem esperanças de recuperação do movimento sindical no Brasil, ele não escondeu o descontentamento com a atual conjuntura. E diz acreditar que só haverá mudanças quando as políticas em prol dos trabalhadores voltarem a ser implementadas:
Pará de Minas tem aproximadamente 6.000 trabalhadores no comércio, que são representados pelo sindicato da classe, mas a entidade conta com apenas 300 associados, que contribuem com pouco mais de R$15,00 mensais para a manutenção dos serviços oferecidos.
Foto: Amilton Maciel/Rádio Santa Cruz FM