No dia em que Minas Gerais bateu recorde no número de óbitos pela Covid-19 - foram 374 mortes em apenas 24 horas - a Secretaria Estadual de Saúde anunciou a prorrogação da Onda Roxa em todo o território mineiro. Inicialmente prevista para vigorar até a próxima quarta-feira, 31 de março, a classificação foi estendida por mais quatro dias e passa a valer até 4 de abril, domingo de Páscoa.
A decisão foi tomada pelo Comitê Extraordinário de Minas Gerais para frear a disseminação do novo coronavírus entre a população mineira e dar uma sobrevida à estrutura hospitalar, que atende com praticamente 100% da sua capacidade. Em entrevista coletiva concedida em Belo Horizonte o secretário Fábio Baccheretti, apresentou gráficos e números mostrando a triste e preocupante realidade em Minas Gerais. Disse que a doença está avançando em uma curva desproporcional à capacidade de atendimento da rede de saúde.
Como exemplo, o secretário informou que em três dias o número de pacientes cadastrados nas centrais de regulação à espera de leitos de terapia intensiva quase que dobrou. No início da semana, eram 470 pessoas e até o momento da entrevista, 714 pacientes. Baccheretti pediu apoio de toda a população e também das prefeituras para que a Onda Roxa seja respeitada e seguida à risca. É o único meio de forçar a redução dos números trágicos e evitar o risco de mais prorrogações ou restrições no estado.
Ao comentar o recorde de mortes pelo coronavírus em apenas um dia, o secretário de Saúde disse que em breve esse número será ainda maior. Isso por causa da “linha do tempo da infecção”, fator que também foi levado em consideração pelo comitê para adotar as medidas mais rígidas de enfrentamento à pandemia.
E o alerta é maior para a nossa região. As que mais preocupam o Estado são as regiões Central, Vale do Aço, Leste e Oeste, à qual Pará de Minas está inserida. A taxa de isolamento nos últimos dias aumentou, mas de uma forma muito lenta e ainda longe do ideal para frear o avanço do vírus. A expectativa da Secretaria Estadual de Saúde é que com as medidas anunciadas e a continuidade da vacinação, em até quatro semanas os indicadores de internações e contaminações melhorem. Se isso realmente acontecer, os municípios poderão, de forma gradual, flexibilizar suas atividades econômicas.
Foto Gil Leonardi - Imprensa MG 2
